Mês de Combate à Sífilis: campanha intensifica testes rápidos para detecção da doença em Manaus

O Dia Nacional de Combate à Sífilis e à Sífilis Congênita é comemorado no dia 15 de outubro (Divulgação/Semsa)
Karol Rocha – Da Revista Cenarium

MANAUS – Além da prevenção contra o câncer de mama, outubro também alerta a sociedade para o enfrentamento e combate à sífilis. A doença é causada pela bactéria Treponema pallidum, e pode ser transmitida de forma adquirida, ou seja, por meio da relação sexual, ou congênita, quando a mãe transmite a doença para o feto. O alerta para a detecção de casos acontece em alusão ao Dia Nacional de Combate à Sífilis e à Sífilis Congênita comemorado no próximo sábado, 15.

Em Manaus, o município notificou 2.345 casos de sífilis adquirida, 1.089 registros de sífilis em gestantes e 199 casos de sífilis congênita, entre janeiro e julho deste ano. Em 2021, Manaus registrou 3.345 casos de sífilis adquirida, 1.856 de sífilis em gestantes e 304 casos de sífilis congênita. Os dados foram divulgados este mês, pela Secretaria Municipal de Saúde de Manaus (Semsa).

De acordo com a médica infectologista Ana Galdina a doença é uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST), exclusiva do ser humano, curável, e pode apresentar inúmeras manifestações clínicas e estágios. “Ela é uma doença totalmente tratável, mas cada vez que você se expuser, você pode se infectar novamente, por isso a importância do preservativo”.

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A médica infectologista destaca a sífilis congênita, a qual é transmitida de mães para bebês, por isso, a gestante deve fazer o teste para a doença em Unidades Básicas de Saúde (UBS).

Essa bactéria tem a capacidade de atravessar a placenta e contaminar o bebê. No início da gravidez, pode causar sérias sequelas a esse feto, como más-formações, cegueira, alterações do comportamento neurológico, dentre outros. Se essa contaminação acontecer mais para o final da gravidez, ainda assim ela causa sérios problemas”, explica ela, acrescentando que a doença pode se agravar no paciente após o nascimento, por isso, a importância da detecção.

A doença é causada pela bactéria Treponema pallidum (Divulgação/Semsa)

O bebê ao nascer ele precisa, obrigatoriamente, ser tratado por 10 dias e precisa ser acompanhado. Se ele não for tratado, essa sífilis pode se manifestar 15, 20 anos depois, com sintomas bem graves no coração e sistema nervoso central por causa dessa sífilis que esse bebê adquiriu ainda na vida intraútero”, afirmou Ana Galdina.

Sintomas e cuidados

De acordo com a profissional da saúde, os sinais e sintomas da sífilis variam de acordo com cada estágio da doença, que se divide em primária, secundária, latente e terciária. Quanto ao tratamento, o paciente pode ser medicado com doses de benzetacil.

A gente pode fazer uma dose única ou uma dose semanal. Mesmo depois do tratamento, a pessoa tem que buscar o atendimento médico para confirmar que foi eficaz. Se não comprovar que esse tratamento foi eficaz, o paciente pode entrar na sífilis latente e evoluir para uma sífilis secundária ou terciária. O tratamento é possível, mas tem que ser supervisionado por um médico sempre”, finalizou a especialista.

Teste rápido

Por conta da data, uma campanha de intensificação de testes rápidos para a sífilis, realização do pré-natal e o uso de preservativos masculinos e femininos está sendo organizada pela Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), com apoio dos Distritos de Saúde (Disa) Norte, Sul, Leste, Oeste e rural. Ao todo, 194 unidades de saúde oferecem o teste rápido de sífilis.

O procedimento é de fácil execução, com leitura do resultado, no máximo, em 30 minutos, sem a necessidade de estrutura laboratorial. A recomendação é que as pessoas sexualmente ativas façam o teste para sífilis rotineiramente e que todas as gestantes e suas parcerias sexuais realizem o exame”, destacou a gerente de Vigilância Epidemiológica da Semsa, Cláudia Rolim.

Manaus conta com mais de 190 unidades de saúde que oferecem o teste rápido para sífilis (Divulgação/Semsa)

Orientações e campanha

Nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs), quando a gestante realiza o pré-natal, a orientação é que o exame seja feito na primeira consulta, preferencialmente, ainda no primeiro trimestre de gravidez, com um novo exame no terceiro trimestre da gestação, assim como no parto, independentemente dos resultados de exames anteriores, e também em caso de aborto.

A sífilis congênita acaba ocorrendo quando a gestante não faz o pré-natal, não realiza os exames recomendados para o diagnóstico ou não faz no tempo adequado para evitar que o bebê seja contaminado. Também há casos de reinfecção após o tratamento da gestante, já que parcerias sexuais em algumas situações não procuram a UBS para o diagnóstico e tratamento, ou não utilizam o preservativo”, complementou ainda a gerente.

Durante a campanha, as unidades de saúde irão desenvolver atividades educativas em sala de espera, escolas, igrejas e associações comunitárias, além de intensificar a oferta de teste rápido e a distribuição de preservativos. Cada Distrito de Saúde também vai promover um “Dia D”, durante o mês de outubro, para alertar a população sobre a doença.

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