Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação participa de debate sobre fenômenos climáticos extremos

A secretária de Políticas e Programas Estratégicos do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marcia Barbosa (Divulgação/MCTI)
Da Revista Cenarium Amazônia*

BRASÍLIA (DF) – Em 2025, uma em cada duas pessoas no mundo estará em situação de escassez hídrica decorrente do aumento da população. “Esse estresse hídrico será ainda maior pelas questões de mudanças climáticas”, afirmou a secretária de Políticas e Programas Estratégicos do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marcia Barbosa. Segundo ela, a mudança do clima é fator determinante para alguns dos desastres e a combinação de fenômenos que está ocorrendo neste ano pode tornar os impactos “exponenciais”. A afirmação foi feita durante debate sobre fenômenos climáticos e desastres naturais promovido pelo Senado Federal.

No debate, Marcia Barbosa destacou a atuação do MCTI em prover informações técnico-científicas para as diferentes frentes que envolvem a mudança do clima, como dados que viabilizem ações de prevenção e de desenvolvimento resiliente ao clima. “Temos que prevenir, monitorar e estarmos preparados para essas mudanças”, disse.

O MCTI é o responsável por coordenar a elaboração do Inventário Nacional de emissões e remoções de gases de efeito estufa, processo é que desenvolvido por meio do projeto Comunicação Nacional do Brasil à Convenção do Clima. Entre as ferramentas que desenvolveu para subsidiar a tomada de decisão, a pasta disponibiliza informações sobre risco climático e um simulador para avaliar políticas de mitigação de emissões. A plataforma AdaptaBrasil apresenta dados sobre todos os municípios brasileiros que são úteis para planejamento de adaptação à mudança do clima. O Simulador Nacional de Políticas Setoriais e Emissões (Sinapse) apresenta cenários sobre implementação de políticas públicas para redução de emissões.

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Estiagem no Estado do Amazonas (Ricardo Oliveira/Revista Cenarium Amazônia)

A diretora do Cemaden, Regina Alvalá, relatou que a unidade de monitoramento e alertas do MCTI, criada como uma resposta ao desastre que ocorreu na região serrana do Rio de Janeiro, já emitiu mais de 25 mil alertas. O centro começou em 2011 monitorando 56 municípios considerados prioritários e, hoje, monitora 1.038. De acordo com a diretora, nas próximas semanas, esse número deverá ser incrementado com novos 95 municípios.

“Estamos trabalhando para ampliar o serviço para mais 200 municípios, com a aquisição de equipamentos para monitoramento da rede ambiental por meio dos recursos viabilizados pelo PAC”, explicou.

Nos próximos anos, o Cemaden pretende chegar a mais de 1,8 mil municípios monitorados. Outra medida que deve ser implementada para os eventos geodinâmicos é ampliar o intervalo de tempo para a emissão desses alertas com 72 horas de antecedência.

Para executar os serviços, o centro conta com uma rede com mais de 5 mil equipamentos para monitoramento, aliados com outras bases de dados. Alvalá enfatizou o trabalho desenvolvido na rede de educação, com os municípios monitorados, para construir a percepção de risco. “Construir a percepção de risco é fundamental para salvar vidas”, analisou.

Novo recorde de temperatura

De acordo com o climatologista Carlos Nobre, pesquisador do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo, o Brasil registrou o maior número de desastres de toda ordem nos últimos três anos, e informou que o ano de 2023 segue para ser o mais quente.

Nobre destacou que o Brasil pode ser o primeiro País de grandes emissões a poder atingir as metas e prover soluções sustentáveis. Ele mencionou o plano de zerar o desmatamento até 2030, e uma nova iniciativa que pretende ser com o maior projeto de regeneração florestal a ser desenvolvido no Sul da Amazônia. “Removeria mais de 600 milhões de toneladas de carbono e pode ter até emissões negativas”.

Segundo ele, a cobertura florestal pode contribuir para maior absorção da água durante o período das chuvas, tentando evitar as inundações, e retendo umidade na época das secas.

Leia mais: Desastres climáticos deixaram 475 mil mortos nos últimos 20 anos, aponta estudo
(*) Com informações do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI)
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