Ministério da Saúde lança guia de combate à obesidade, mas ignora uso de máscara e distância

Em vez disso, recomenda o uso de boné, camisa de manga longa e protetor solar (Walterson Rosa/Divulgação)

Com informações do O Globo

BRASÍLIA – A prática regular de atividades físicas pode ajudar a reduzir obesidade e doenças crônicas, fatores de risco para a Covid-19, além de fomentar a saúde mental, afetada pela pandemia. É o que mostra o primeiro guia de exercícios físicos para a população, divulgado pelo Ministério da Saúde nesta terça-feira, 29.

“A falta de atividade físicas é um fator de risco muito importante, primeiro para a obesidade e, segundo, para enfermidades crônicas não transmissíveis e que são predominantes em nossa população. Nós podemos envelhecer saudavelmente e nós podemos também melhorar nossa saúde física, nossa saúde mental. (…) A atividade física não é um medicamento, mas precisa de um trabalho intersetorial”, disse a representante da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) no Brasil, Socorro Gross.

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O documento, no entanto, não traz orientações específicas para o período de pandemia, como a recomendação do uso de máscara (e seus diferentes tipos), o distanciamento social e os níveis de risco de contágio por Covid-19 para a prática em ambientes ao ar livre ou fechados. Em vez disso, recomenda o uso de boné, camisa de manga longa e protetor solar.

Região mais obesa do mundo

Segundo o guia, bebês de até um ano devem se exercitar por 30 minutos, de bruços. O tempo sobe para pelo menos 3 horas para crianças de até cinco anos. Dos seis aos 17 anos, a prática deve ser diária. Já adultos devem realizar atividade física por pelo menos 150 minutos semanais — ou 75, se a prática for vigorosa — com exercícios de fortalecimento muscular e ósseo. Idosos, por sua vez, devem incluir atividades para fomentar o equilíbrio também.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que doenças crônicas matem, aproximadamente, 41 milhões de pessoas por ano no mundo, o que representa 71% dos óbitos. Os dados se refletem no Brasil, onde doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) alcançam cerca de 70% das causas de mortes em adultos, mostra pesquisa da Escola Bloomberg de Saúde Pública da Universidade Johns Hopkins.

“A região das Américas é, lamentavelmente, a mais obesa do mundo. Essa região tem também uma queda das atividades físicas”, afirmou Gross, citando como motivos a rápida urbanização, tempo de deslocamento, longas distâncias e maior uso da televisão. O ministro Marcelo Queiroga não participou da solenidade, que não foi aberta para perguntas da imprensa.

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