Ministro antecipa julgamento após advogado levar filho para sessão; ‘Não desperdiço a oportunidade de estarmos juntos’, diz o jurista

O advogado Felipe Cavallazzi, pai de Lorenzo, é divorciado e compartilha os cuidados da criança com a mãe do menino (Lucas Pricken/STJ/Divulgação)
Com informações do Correio Braziliense

SANTA CATARINA – O ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Mauro Campbell mudou a ordem das pautas da Corte, na última quinta-feira, 18, após um advogado levar o filho de 1 ano para o plenário. O advogado Felipe Cavallazzi, pai de Lorenzo, é divorciado e compartilha os cuidados da criança com a mãe do menino. Como era seu dia de ficar com o filho, decidiu levá-lo para o trabalho com ele.

A segunda turma do STJ já tinha iniciado os ritos que envolvem uma sessão da Corte quando eles chegaram. Ao final da leitura de um dos itens da pauta do dia, o ministro Mauro Campbell se dirigiu aos dois e sugeriu uma alteração na programação do dia.

“Senhora ministra, senhores ministros, eu vou… invocar o Estatuto da Criança e do Adolescente e também a Constituição, porque esta turma está sendo honrada pela presença do Lorenzo, muito bem comportado, que já se agasalhou por causa do frio”, disse, tendo a sugestão acatada por todos os ministros e participantes da sessão.

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A causa em que Cavallazzi atuava foi antecipada (Reprodução/Internet)

Causa antecipada

A causa em que Cavallazzi atuava foi, então, antecipada. “Observo que o Lorenzo, na hora que o nome dele foi citado, olhou para o pai. Está atento”, afirmou o ministro Herman Benjamin. “Se comportou brilhantemente”, elogiou Campbelll.

“Ontem era meu dia de ficar com meu filho. E como o tempo com ele é escasso, não desperdiço a oportunidade de estarmos juntos”, disse o advogado em publicação no Instagram.

Na publicação, Felipe explica que essa cena era comum na família. “Quando pequeno, ía com a minha mãe acompanhar as audiências que fazia para estarmos juntos e acompanhar o dia a dia do trabalho dela; várias vezes assisti às aulas de administração de empresas ministradas pelo meu pai”, conta.

Para o advogado, o contato dos filhos com o trabalho dos pais é saudável, não só pelo tempo de convivência.

“Em primeiro lugar, os filhos precisam entender que, como disse Cortella, o dinheiro não é algo que simplesmente sai de uma máquina depois de apertar alguns botõezinhos. Depois, porque é importante nossos filhos terem este contato com o ambiente profissional para saberem se portar em diferentes locais”, pontuou.

Felipe elogiou e agradeceu a atitude do ministro Mauro Campbell e refletiu sobre famílias que, ao contrário dele, não tem a opção de escolher levar ou não o filho para o trabalho.

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