MPF instaura procedimento para fiscalizar combate ao bullying contra LGBTQIAPN+
Mãos levantam bandeiras LGBTQIAPN+ (Reprodução)
Da Revista Cenarium*
RIO BRANCO (AC) – O Ministério Público Federal (MPF) instaurou procedimento administrativo na quinta-feira, 8, para acompanhar e fiscalizar a atuação do Ministério da Educação (MEC) no combate ao bullying contra a comunidade LGBTQIAPN+ nas escolas. Segundo o órgão, a medida se deve à morosidade da pasta em colocar em prática o Programa de Combate à Intimidação Sistemática com foco no público LGBTQIAPN+ na rede de ensino brasileira.
O MPF esclarece que até o momento não há notícias sobre o avanço do programa de combate ao bullying em âmbito escolar com foco nas pessoas LGBTQIAPN+. Instituída pela Lei 13.185/2015, a iniciativa tem como objetivo prevenir e combater a intimidação sistêmica em toda a sociedade, com a capacitação de equipes pedagógicas e professores, conscientização de estudantes e familiares e fornecimento de assistência às vítimas e agressores.
O órgão destaca pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) feita em 2021, que indicou que 23% dos estudantes brasileiros entrevistados afirmam já terem sido vítimas de bullying. Já os dados da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) apontam que crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade, dentre os quais aqueles cuja orientação sexual, identidade ou expressão de gênero não se conforma às normas tradicionais de gênero, são mais propensos a sofrer violência escolar e intimidação sistêmica.
PUBLICIDADE
O procurador da República Lucas Costa Almeida Dias destaca que no Dossiê “Assassinatos e violências contra travestis e transexuais brasileiras em 2023”, produzido pela Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), no último ano, a educação foi palco de reiterados ataques a estudantes trans, vítimas de violência nas escolas e universidades por todo o País. Esse cenário, na avaliação do Ministério Público, justifica a urgência na implementação de medidas educativas e políticas que garantam um ambiente seguro para todos os estudantes.
“O bullying é uma forma de violência consistente em comportamento intencional e agressivo recorrente, direcionado a uma vítima em situação de desequilíbrio de poder real ou percebido. A violência contra pessoas LGBTQIAPN+ no âmbito escolar possui um impacto significativo sobre as perspectivas de educação e de emprego desses estudantes, bem como em sua saúde e bem-estar”, afirmou o procurador da República no Acre Lucas Dias, responsável pela investigação.
Este site usa cookies para que possamos oferecer a melhor experiência de usuário possível. As informações dos cookies são armazenadas em seu navegador e executam funções como reconhecê-lo quando você retorna ao nosso site e ajudar nossa equipe a entender quais seções do site você considera mais interessantes e úteis.
Cookies Estritamente Necessários
O cookie estritamente necessário deve estar ativado o tempo todo para que possamos salvar suas preferências de configuração de cookies.
Se você desativar este cookie, não poderemos salvar suas preferências. Isso significa que toda vez que você visitar este site, precisará habilitar ou desabilitar os cookies novamente.