Davi Vittorazzi – Da Revista Cenarium
CUIABÁ (MT) – O Relatório de Transparência Salarial, elaborado pelos ministérios das Mulheres e do Trabalho e Emprego, mostra que a diferença salarial entre homens e mulheres é de 31,4% em Mato Grosso. No comparativo com outras unidades da federação, o Estado é o quarto em maior desigualdade salarial no País.
O relatório constituído a partir de informações preenchidas no eSocial, pelas próprias empresas. O sistema federal de coleta de informações trabalhistas, previdenciárias e tributárias. Em Mato Grosso, 837 empresas preencheram os dados, que representam mais de 229 mil trabalhadores.
Segundo o documento, as empresas têm políticas de incentivo para a contratação de mulheres, como flexibilidade no horário de trabalho para apoio à parentalidade, entre outros critérios. Em Mato Grosso, a maioria das empresas possui planos de cargos e salários, porém, mulheres negras carecem de incentivos específicos.
Negros ganham menos que brancos
O relatório indica ainda que, apesar de serem a maioria no mercado de trabalho em Mato Grosso, as mulheres negras recebem salários inferiores em comparação com as mulheres brancas. Essa disparidade também é observada entre os homens.
- remuneração média da mulher negra: R$ 2.497,20
- remuneração média da mulher não negra: R$ 3.180,62
- remuneração média dos homens negros: R$ 3.891,02
- remuneração média dos homens não negros: R$ 4.218,34
Diferença salarial no País
No Brasil, as trabalhadoras mulheres ganham 19,4% a menos que os trabalhadores homens. Embora as mulheres recebam quase 20% a menos que os homens, essa disparidade salarial pode variar significativamente dependendo do grupo ocupacional. Por exemplo, em cargos de dirigentes e gerentes, a diferença na remuneração pode chegar a 25,2%.
As empresas do relatório apresentam 100 ou mais funcionários. A exigência do envio de dados atende à Lei nº 14.611, sancionada pelo presidente Lula, em julho de 2023, que dispõe sobre a igualdade salarial e de critérios remuneratórios entre mulheres e homens.
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