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‘Não é uma das minhas bandeiras’, diz deputada bolsonarista do AM sobre projetos para indígenas
Débora se declara como de direita e apoia pautas liberais e pró-vida (Reprodução/Internet)
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01 de fevereiro de 2023
Ívina Garcia – Da Revista Cenarium
MANAUS – Natural de Taubaté, em São Paulo (SP), a deputada estadual eleita no Amazonas com apelo bolsonarista Débora Menezes (PL) declarou que está fora de suas prioridades projetos de leis voltados para indígenas e para as pessoas LGBTQIAP+ (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais, Queer, Intersexuais, Assexuais, sendo que o símbolo “+” acolhe as demais orientações sexuais).
A declaração da parlamentar ocorre duas semanas após o governo federal criar uma força-tarefa para buscar soluções para uma das maiores crises humanitárias deixada pelo governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, do PL, (2019-2022), apoiado pela deputada Débora, com a morte de crianças desnutridas em Terra Yanomami (TY), em Roraima, que podem chegar a centenas.
Débora Menezes teve 32.406 votos no pleito de 2022, adotando o slogan de Bolsonaro que fala sobre Deus, Pátria e Família.
Nesta terça-feira, 1°, momentos antes do início da cerimônia de posse para a 20ª Legislatura da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), a deputada comentou sobre os projetos para o Estado e as comissões as quais planeja participar.
“Nesse momento eu entendo que é um momento de respeito a todos, não é uma das minhas bandeiras fortes, mas vou respeitar os colegas que propuserem projetos nesse sentido”, disse a parlamentar em resposta ao jornalista do Radar Amazônico que perguntou para ela sobre os projetos que a parlamentar tinha para os indígenas e LGBTQIAP+. ]
Ouça áudio:
O Amazonas, Estado que elegeu Débora Menezes, é o maior com população indígena, com mais de 180 mil habitantes, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Aliado de Débora Menezes, o ex-presidente Jair Bolsonaro adota discursos anti-indígena desde quando era deputado federal. Em um dos seus discursos, ele disse ser “uma pena que a cavalaria brasileira não tenha sido tão eficiente quanto à americana, que exterminou os índios”.
‘Mulheres, mas nem todas’
Sem citar a mulher indígena e a mulher de povos tradicionais, Débora Menezes declarou que irá trabalhar “ativamente” na “área da mulher”. “Os primeiros trabalhos que iremos apresentar, amanhã, são voltados para a defesa pessoal e a violência contra a mulher”, disse a parlamentar, que é uma das cinco mulheres a assumir o cargo de deputada estadual em 2023.
Alvo de preconceito
As pautas indígenas e LGBTQIAP+ são consideradas as mais sensíveis do País, pelo histórico de violência e negligência, no entanto, as necessidades dessa parte da população, minorizada, foram alvo de preconceito no Governo Bolsonaro.
Recentes notícias apontaram a vulnerabilidade do povo Yanomami, em Roraima, onde mais de 500 crianças morreram nos últimos quatro anos em decorrência de fome e falta de assistência de doenças já curáveis. Enquanto isso, na pauta LGBTQIAP+, Manaus é considerada a terceira capital do Brasil mais insegura para essas pessoas, registrando 125 mortes violentas entre outubro de 2020 e setembro de 2021, segundo o Relatório de 2021 da Transgender Europe (TGEU).
O Brasil é o País com mais mortes de pessoas trans e travestis, no mundo, pelo 14° ano consecutivo, segundo o Dossiê Assassinatos e Violências contra Travestis e Transexuais Brasileiras da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra).
Indígenas sem comissão
Sem comissão específica para indígenas, o presidente da Mesa Diretora, deputado Roberto Cidade, declarou que a Comissão de Proteção aos Direitos dos Animais, Assuntos Indígenas, Cidadania e Legislação Participativa da Assembleia Legislativa do Amazonas (CPAIP-Aleam) vai passar a tratar com maior atenção a causa.
“Nós temos, já, uma comissão, aqui, na Casa que trata dos povos indígenas e, agora, a gente vai olhar com carinho esse tema que, com certeza, está sendo um foco, nacionalmente; e nós vamos ver quem vai ser o presidente e dar uma ênfase para que a gente possa contribuir com esses assuntos lamentáveis que estão acontecendo”, declarou.
Mesa Diretora
Com chapa única, o deputado reeleito Roberto Cidade (União) assume, novamente, a presidência da Casa. Enquanto os demais cargos ficaram com:
Carlinhos Bessa (PV), repetindo o posto de 1° vice-presidente; Felipe Souza (Patriota), que assume o lugar da Dra. Mayara Pinheiro (Republicanos) como 2° vice-presidente; João Luiz (Republicanos) como secretário-geral; Abdala Fraxe (Avante) como 1° secretário, no lugar do deputado Álvaro Campelo; Joana Darc (União) assume o antigo posto de Sinésio Campos (PT) como 2ª secretária; Cabo Maciel (PL), no lugar de Fausto Junior como 3° secretário; Dr. Gomes (PSC) assume a Corregedoria, antes, da deputada Therezinha Ruiz e Sinésio Campos (PT) como ouvidor, cargo antes ocupado por Felipe Souza.
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