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No Pará, Tribunal das Mulheres Pan-Amazônicas e Andinas exalta a diversidade feminina e a luta por direitos
Evento discutiu a defesa dos corpos e territórios de mulheres Pan-Amazônicas (João Paulo Guimarães/CENARIUM)
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30 de julho de 2022
João Paulo Guimarães – Especial para A Revista Cenarium
BELÉM (PA) – Celebrando a diversidade feminina e a luta pelos direitos da mulher, o 10° Fórum Social Pan-Amazônico (Fospa) que acontece em Belém, no Pará, foi palco para o 3° Tribunal de Justiça e Defesa dos Direitos das Mulheres Pan-Amazônicas e Andinas, onde foi discutido a defesa dos corpos e territórios de mulheres amazônidas e andinas.
Com a presença de mulheres cisgêneros e transgêneros, o Auditório Benedito Nunes, da Universidade Federal do Pará (UFPA), foi cenário para denúncias a respeito de crimes contra os direitos humanos e o meio ambiente. Tuíra Kopenawa, filha da maior liderança Yanomami, Davi Kopenawa, chorou ao lembrar dos parentes mortos em conflitos e celebrou sua ancestralidade.
“Eu estou muito emocionada porque lembro do que aconteceu, recentemente, em Palimiú, e lembro também dos parentes que foram assassinados quando eu ainda não era nascida. Eu escuto histórias de famílias inteiras que foram assassinadas e também crianças de colo e anciãos. Não consigo”, disse.
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Além do Tribunal, o Fospa trouxe à tona problemas dos quais a sociedade, de forma geral, terá de lidar no futuro caso entidades do governo responsáveis pela preservação do meio ambiente continuem ignorando os alarmes ambientais difundidos por representantes de entidades e fóruns como o Fospa fazem.
A Ong Fase, que esteve presente no evento, teve grande atuação e destaque com sua tenda da juventude e seus eventos sobre a cultura LGBTQIAP+, além de discussões sobre os territórios onde atua no Brasil.
Mesas e palestras
O 10° Fórum Social Pan-Amazônico (Fospa) está acontecendo em Belém do Pará e teve início com a Marcha Pan-Amazônica que ocorreu na Avenida Presidente Vargas no dia 28. Na UFPA é possível participar de mesas e palestras que trazem em todos os seus títulos o tema Amazônia. Uma preocupação antiga das organizações não governamentais, sociedade civil e povos tradicionais e originários.
As mesas e palestras abordam assuntos como mineração, garimpo, invasão de territórios indígenas, quilombolas e povos de toda a América Latina vindos da Colômbia, Equador, Venezuela, Chile e outros.
Denúncias sobre envenenamento por mercúrio vêm de áreas de território indígena Yanomami, assim como vêm do Peru. Empresas de mineração que envenenam solo, rios e contaminam populações inteiras estão na contramão do que o Fórum Social Pan-Amazônico reivindica.
O cacique Waldemar, do Território Indígena do Médio Tapajós, em Itaituba, discursou em Tupi Guarani e foi traduzido pelo filho de outro cacique da mesma região. “Precisamos que vocês, aqui, ouçam o que a gente vem dizer, porque a gente precisa de ajuda no nosso território. A gente não quer projeto de morte e projeto de dominação. A gente quer projeto de vida”, disse.
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