‘O pior ainda está por vir’ na guerra da Ucrânia, conclui Macron após conversa com Putin

Emmanuel Macron conversou com os presidentes dos dois países, nesta quinta-feira (Reprodução/Ludovic Marin / AFP)

Com informações do InfoGlobo

PARIS E MOSCOU — Muito ativo na parte diplomática em busca de uma solução negociada entre Rússia e Ucrânia, desde antes da guerra eclodir, o presidente da França, Emmanuel Macron, conversou com os presidentes dos dois países nesta quinta-feira, 3.

Macron chegou a uma conclusão sombria, após a conversa com Vladimir Putin, da Rússia: “o pior ainda está por vir” na guerra em curso. Segundo o comunicado do Palácio do Eliseu, em uma conversa que durou uma hora e meia, Putin afirmou que a operação russa está prosseguindo “de acordo com os planos” e pode “se intensificar” se os ucranianos não aceitarem suas condições.

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“A previsão do presidente [Macron] é que o pior está por vir, tendo em conta o que lhe disse o presidente Putin”, disse o Eliseu.

O Kremlin disse que a lista de demandas apresentadas à Ucrânia pode vir a se expandir caso as suas exigências não sejam atendidas. De acordo com a presidência russa, Putin afirmou que continuará, “sem concessões”, sua ofensiva contra os “nacionalistas” na Ucrânia, país invadido por Moscou em 24 de fevereiro.

“Desacordo”

Em uma conversa descrita como “franca”, pelo governo de Moscou, Putin expressou seu “desacordo” com o discurso feito no dia anterior por seu homólogo francês sobre o conflito na Ucrânia. Macron alegou ser uma “mentira” que a Rússia estava lutando contra ou nazismo na Ucrânia.

Sobre as conversas entre uma delegação ucraniana e os russos, na Bielorrússia, nesta quinta-feira, Putin disse a Macron que seu país poderá colocar à mesa uma “desmilitarização e uma posição neutra para a Ucrânia, para não haver ameaças de qualquer tipo que afetem a Rússia, vindas deste território”, segundo o Kremlin.

Segundo o primeiro-ministro francês, Jean Castex, a conversa ocorreu “a pedido do presidente Putin”. Macron oficializou sua candidatura à reeleição, nas eleições presidenciais de abril, nesta quinta-feira. Embora esteja há meses em campanha, o presidente postergou a oficialização, em parte, devido ao conflito, mesmo antes de ele se tornar armado.

Segundo a maioria dos analistas, Macron desejava evitar a guerra também para poder usar isso em sua campanha. A invasão russa há uma semana frustrou seus planos. O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, é judeu e esta semana pediu aos membros da comunidade ao redor do mundo que não “ficassem em silêncio” enquanto seu país sofre um grande ataque.

As declarações do Eliseu foram divulgadas pouco antes da segunda rodada de negociações entre delegações da Rússia e da Ucrânia, em que os dois lados concordaram em criar corredores humanitários para passagem de civis.

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