Obesidade em adolescentes pode aumentar risco de mortes por Covid-19

de acordo com os dados disponíveis da FVS, a obesidade mórbida é apontada como responsável por 10,3% das mortes entre pessoas com até 60 anos no Amazonas (reprodução)

Michele Portela – Da Revista Cenarium*

BRASÍLIA – Pesquisadores de todo o mundo estão na corrida para identificar os fatores que agravam a infeção pelo novo Coronavírus, que causa a Covid-19 e já matou mais de 108 mil brasileiros. Na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), um experimento comprovou que a obesidade é um fator que aumenta o risco de morte entre os jovens.

Segundo a hipótese investigada na Unicamp, os obesos teriam um maior reservatório para o desenvolvimento do vírus no organismo porque o novo Coronavírus consegue infectar células adiposas e se manter no seu interior. Estas células são responsáveis pelo armazenamento de gordura no corpo humano.

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Assim, obesos teriam maior chance de desenvolver as formas graves da doença porque possuem células adiposas em quantidade e tamanho ainda maiores. Além disto, desenvolvem comorbidades com maior frequência, como pressão alta, diabetes, cardiopatias, doenças renais, entre outras doenças.

No maior Estado da Amazônia Legal, o Amazonas, dados da Fundação de Vigilância em Saúde (FVS) revelam como é possível relacionar a obesidade ao novo Coronavírus. Por exemplo, os casos confirmados de Covid-19 entre pacientes com idade entre 20 e 29 anos representam 15,3% entre o público masculino e 17,1%, entre as mulheres infectadas.

Destes casos confirmados, as mulheres entre 20 e 29 anos representam 9,1% do total de pacientes hospitalizadas, enquanto homens nesta mesma faixa etária são 4,9% dos casos. Destes, 0,7% dos homens morreram em decorrência de Covid-19, e 2,2% das pacientes mulheres também chegaram ao óbito.

Ainda de acordo com os dados disponíveis da FVS, a obesidade mórbida é apontada como responsável por 10,3% das mortes entre pessoas com até 60 anos no Amazonas. Esse índice cai drasticamente entre pacientes com idade superior a 60 anos, quando os óbitos em decorrência de obesidade correspondem a 2,6% dos casos.

Os indicadores relativos à comorbidades também remetem às doenças vinculadas à obesidade. Diabetes, por exemplo, corresponde à causa de 32,7% das mortes entre pessoas com mais de 60 anos, e a 29,9% entre vítimas com idade abaixo disso. Cardiopatia foi a causa de 39,4% das mortes acima de 60 anos, e 26,5% entre mortos com até 60 anos.

Os experimentos com adipócitos humanos na Unicamp prosseguem e estão sendo conduzidos in vitro, com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), no Laboratório de Estudos de Vírus Emergentes (Leve) no Instituto de Biologia da Unicamp.

(*) Correspondente REVISTA CENARIUM em Brasília

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