Omar Aziz dá voz de prisão a Roberto Dias por mentir à CPI após divulgação de áudio

Ex-diretor do Ministério da Saúde Roberto Ferreira Dias (Pablo Jacob/Agência O Globo)

Com informações do O Globo

BRASÍLIA – O presidente da CPI da Covid, Omar Aziz, deu voz de prisão para o ex-diretor de logística do Ministério da Saúde Roberto Ferreira Dias, que presta depoimento nesta quarta-feira, após virem à tona, em reportagem da CNN, áudios que desmentem a versão de Dias sobre encontro acidental com o cabo da Polícia Militar Luis Paulo Dominguetti, em restaurante em Brasília, onde o policial diz que o ex-diretor pediu propina de um dólar por dose de vacina.

 “Ele vai ser recolhido pela Polícia do Senado. Está mentindo desde manhã”, afirmou.

PUBLICIDADE

A advogada dele tentou argumentar. “Ele está desde as 10h da manhã. Veio colaborar, prestando todas as informações que ele tem”, destacou. “Eu vim aqui colaborar”, disse Roberto.

“Não”, afirmou Omar, acrescentando: “Qual a colaboração que deu?”, perguntou. “Prestou informações valiosíssimas”, disse a advogada.

As senadoras Eliziane Gama (Cidadania-MA) e Soraya Thronicke (PSL-MS) tentaram intervir em favor do ex-diretor do Ministério da Saúde.

“Eu queria pedir fazer um apelo à advogada de Roberto Dias para que possa falar a verdade, trazer as informações e portanto evitar essa prisão. Ele tem a oportunidade de fazer isso”, disse Eliziane, completando: “Não há dúvida de que mentiu. O apelo é que fale a verdade”, afirmou.

“Ele pode se retratar”, afirmou Soraya.

O senador Marcos Rogério (DEM-RO) reclamou que a prisão foi um ato ilegal.

Mais cedo,  o ex-diretor afirmou à CPI da Covid que as negociações para a compra de vacinas estavam “restritas” à secretaria-executiva da pasta e não tinham relação com o departamento onde trabalhou. No entanto, Dias se contradisse ao afirmar que não negociava vacina, mas confirmar que recebeu e-mail da empresa que ofereceu o vacina indiana Covaxin. Dias foi exonerado do cargo logo após a denúncia de um suposto pedido de propina se tornar pública, além de ter sido acusado de pressionar de maneira ‘atípica’ a compra da vacina indiana Covaxin.

Apontado como indicação do deputado Ricardo Barros (PP-PR) e do ex-deputado Abelardo Lupion, Roberto Dias é considerado peça-chave para desvendar detalhes de denúncias de irregularidades na negociação de compra da vacina AstraZeneca, feitas pelo vendedor Luiz Dominghetti, e da indiana Covaxin, reveladas pelo deputado Luis Miranda (DEM-DF) e o irmão dele, o servidor do Ministério da Saúde Luis Ricardo Miranda.

Questionado sobre a negociação sobre as vacinas, Dias disse: “Negociação de vacina de Covid-19 não era minha atribuição”, afirmou.

Dias disse que a reunião oficial, no Ministério da Saúde, foi tão somente para entregar o documento que atestaria que a empresa representava a AstraZeneca e a existência realmente de 400 milhões de doses.

“Se faz agendamento com representantes da empresa, se não é negociação, é o que, pelo amor de Deus?”, questionou a senadora Eliziane Gama (Cidadania -MA).

O presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), perguntou por que ele discutiu vacina se isso não era atribuição dele, e sim da secretaria-executiva.

“Não houve negociação. O que houve foi a verificação da existência das 400 milhões [de doses]”, respondeu.

“Não era mais com você! Não tem lógica isso!”, interrompeu Aziz.

Depois, Dias disse que um diretor da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) da pasta, com a “mesma honestidade de propósito”, recebeu a Secretaria Nacional de Assuntos Humanitários (Senah), para verificar a existência das doses. Apesar do nome, a Sehan é uma entidade privada.

Veja a matéria completa no site

PUBLICIDADE

O que você achou deste conteúdo?

Compartilhe:

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie. Leia as perguntas mais frequentes para saber o que é impróprio ou ilegal.