OMS afirma que mais de 3 milhões de crianças correm risco de desnutrição no Afeganistão

Mulher chamada Farzana, de 30 anos, segura seu bebê de um ano, Omar, na ala de desnutrição no hospital Indira Gandhi, em Cabul, no Afeganistão (JORGE SILVA / REUTERS)

Com informações do Infoglobo

GENEBRA – Cerca de 3,2 milhões de crianças estão sob o risco de sofrer de forte desnutrição no Afeganistão até o final deste ano, com um milhão delas correndo o risco de morrer com a queda das temperaturas no inverno do Hemisfério Norte, disse a porta-voz da Organização Mundial da Saúde (OMS), Margaret Harris, nesta sexta-feira, 12.

As agências de ajuda humanitária vêm alertando que a seca no País coincide com uma grave crise econômica provocada pela retirada do apoio financeiro ocidental depois da saída dos militares americanos do Afeganistão e a tomada do poder pelo Talibã, em agosto. O Banco Mundial suspendeu os repasses ao País, e o governo dos EUA congelou os fundos do Banco Central afegão no exterior.

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O setor da saúde foi especialmente atingido, com muitos trabalhadores deixando seus postos por causa da falta de salários. “O mundo não deve e nem pode se dar ao luxo de virar as costas ao Afeganistão”, disse Harris numa teleconferência a partir de Cabul. 

As temperaturas noturnas no Afeganistão estão caindo abaixo de 0ºC e teme-se que o frio torne os idosos e os jovens mais suscetíveis a doenças, disse Harris. Em alguns lugares, as pessoas estão cortando árvores para queimar e aquecer os hospitais, disse Harris.

A porta-voz da OMS não tinha dados sobre o número de crianças que já morreram de desnutrição, mas descreveu “enfermarias cheias de crianças pequenas”. Os casos de sarampo estão aumentando no País e os dados da organização mostram que 24 mil infecções foram relatadas até o momento. “Para crianças desnutridas, o sarampo é uma sentença de morte. Veremos muito mais mortes se não agirmos rapidamente”, disse Harris. 

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