Ondas de calor e focos de incêndio: Europa se prepara para temperatura recorde

Fogo já destruiu mais de 8 hectares na França e obrigou 12 mil pessoas a saírem de suas casas (SDIS33 via AP)

Com informações do InfoGlobo

EUROPA – Equipes no sul da França estão lutando contra incêndios florestais neste sábado. Os focos já consumiram mais de 8.900 hectares e levaram à evacuação de 12 mil pessoas, disseram as autoridades locais. Os incêndios florestais estão ocorrendo em toda a Europa, impulsionados por uma onda de calor que atingiu partes do continente e ameaça trazer temperaturas recordes para o Reino Unido no início da próxima semana.

Os incêndios mais graves na França ocorreram na área de Gironde, perto da cidade de Bordeaux, onde mais de 1.200 bombeiros foram mobilizados. Météo France, a meteorologista nacional, previu temperaturas de pelo menos 40°C na costa atlântica do país de domingo a terça-feira.

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“Estamos passando por uma temporada excepcionalmente dura”, disse o presidente Emmanuel Macron na sexta-feira em Paris. “Já temos três vezes mais florestas queimadas do que em 2020”.

Os bombeiros também estão combatendo dezenas de incêndios na Grécia, Portugal e Espanha, que enfrentaram temperaturas excepcionalmente altas.

“Obviamente, quanto maior a onda de calor, maiores as repercussões na questão dos incêndios florestais e também na saúde das pessoas”, disse Rubén del Campo, porta-voz da agência meteorológica da Espanha.

Um trabalhador de saneamento em Madri morreu no sábado depois de sofrer uma insolação no dia anterior, disse um funcionário da cidade.

Temperatura mais alta

O Ministério da Saúde de Portugal disse esta semana que houve 238 mortes em excesso no país de 7 a 13 de julho, durante um período de altas temperaturas. Não ficou claro quantas dessas mortes foram atribuíveis ao calor.

O primeiro-ministro de Portugal, António Costa, disse na sexta-feira que o piloto de um avião de combate a incêndios morreu quando a aeronave caiu no nordeste do país. E na Grécia, os bombeiros combateram mais de 50 incêndios, os maiores na ilha de Creta e na região de Saronikos, a sudeste de Atenas.

A onda de calor deve atingir o Reino Unido no início da próxima semana, quando as temperaturas devem chegar a 40°C pela primeira vez.

Em um país não acostumado a tanto calor, os trabalhadores espalhavam areia nas estradas, temendo derreter sem proteção. As escolas disseram que mudariam as aulas remotamente. E a Transport for London, a agência de trânsito da cidade, pediu às pessoas que não viajem na segunda e terça-feira porque os trilhos podem dilatar muito com o calor.

O principal comitê de emergência do governo britânico também planejava uma reunião de emergência neste sábado para discutir a resposta ao clima extremo. A temperatura mais alta registrada oficialmente no Reino Unido foi de 38,7°C em julho de 2019, de acordo com o serviço meteorológico nacional, o Met Office.

As ondas de calor na Europa aumentaram em frequência e intensidade nas últimas quatro décadas, e um estudo publicado este mês descobriu que as mudanças estavam acontecendo mais rapidamente na região do que em outras partes do mundo, incluindo pontos quentes como o oeste dos Estados Unidos.

Uma onda de calor na Europa em 2003 matou 15 mil pessoas na França, muitas delas residentes mais velhos que viviam em casas sem ar condicionado. Nenhuma morte foi relatada na França durante esta onda de calor mais recente.

Cientistas do clima disseram que o aquecimento global está tornando as temperaturas extremas mais comuns, mas eles estão investigando se eventos climáticos específicos estão se intensificando ou se tornando mais prováveis ​​devido ao aquecimento do clima induzido pelo homem.

“A mudança climática já influenciou a probabilidade de temperaturas extremas no Reino Unido”, disse Nikos Christidis, cientista de atribuição climática do Met Office, em um comunicado à imprensa, acrescentando que a probabilidade de experimentar um calor recorde no Reino Unido já aumentou.

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