Portugal entra em ‘estado de contingência’ por conta do calor e incêndios

Governo declarou estado de contingência até sexta-feira em meio a onda de incêndios com pico previsto para acontecer amanhã (Sergio Azenha/Associated Press)
Com informações do InfoGlobo

PORTUGAL – Portugal começou a semana em alerta contra a onda de incêndios florestais que se alastrou por todo território no fim de semana. Foi declarado estado de contingência até sexta-feira e o pico está previsto para acontecer nesta terça-feira, 11.

As temperaturas ultrapassaram os 40º em algumas cidades. O calor e a seca, que já castiga o país há semanas, ampliaram os incêndios. Muitos deles se aproximaram das residências, mas não há notícia de mortes.

Especialistas apontam que o risco de incêndio desta temporada é o mais alto dos últimos 42 anos. E preveem máximas de temperatura entre 39º e 45º esta semana. Não chove há cerca de um mês em algumas regiões.

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Há mais de 80 cidades sob risco máximo nas regiões de Bragança, Vila Real, Braga, Viseu, Guarda, Coimbra, Castelo Branco, Portalegre, Beja e Faro. Mas o  Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) colocou todos os distritos de Portugal em perigo muito elevado de incêndio rural.

Apenas na manhã desta segunda-feira, antes das 8h da manhã, cerca de 35 incêndios eram combatidos por mais de 1,5 mil bombeiros, segundo a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC). Ao fim de domingo, eram 57 incêndios.

A situação obrigou Portugal a acionar o Mecanismo Europeu de Proteção Civil. Dois aviões espanhóis atuam no combate em território português, ativados pela comissão europeia. Grande parte da Espanha também enfrenta incêndios rurais e está sob alerta vermelho.

A declaração de contingência e permite a adoção de medidas preventivas para a manutenção da segurança da população, residências e empresas em áreas de risco. Passa a ser proibido o acesso às áreas florestais. Queimadas e a utilização de máquinas também estão vetadas.

A medida também permite a contratação extraordinária para o combate aos incêndios e a mobilização para o regime de prontidão das equipes de emergência médica, saúde pública e apoio social.

O presidente Marcelo Rebelo de Sousa cancelou visita oficial a Nova York e ressaltou que o país dispõe de meios limitados para o combate. O chefe de estado também fez apelo à população para que evite criar circunstâncias que causem incêndios.

“Temos, sobretudo nos próximos dias, um pico. Isto é uma situação muito mais grave do que a que corresponde à situação, já complicada, no período de verão”, disse o presidente.

O primeiro-ministro António Costa também cancelou compromissos internacionais. O premier tinha uma visita oficial, na agenda, a Moçambique.

“Face às previsões meteorológicas que indicam um agravamento muito sério do risco de incêndio rural nos próximos dias, especialmente entre domingo e quarta-feira, o primeiro-ministro cancelou a visita oficial a Moçambique, prevista para os próximos dias 11 e 12 de julho, de modo a estar permanentemente disponível no país”, informou um comunicado.

O cenário persiste em Portugal há pelo menos cinco anos, quando aconteceu a tragédia de Pedrógão Grande, em 2017. Naquele ano, 66 pessoas morreram. Apesar de o governo ter tomado algumas medidas, a associação de vítimas disse ao “Diário de Notícias” que o território continua abandonado.

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