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‘Operação Armagedon’: no Amapá, PF prende grupo que executava ordens vindas de penitenciária
Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (Iaepen) (Divulgação)
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21 de setembro de 2022
Ívina Garcia – Da Revista Cenarium
MANAUS – Uma nova operação realizada nessa terça-feira, 20, pela Força-Tarefa de Segurança Pública da Polícia Federal (FTSP/PF), com apoio do Ministério Público do Estado do Amapá, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e do Núcleo de Investigação (Nimp), cumpriu mandados de busca, apreensão e de prisão dentro e fora da Penitenciária do Estado.
A “Operação Armagedon” ocorre dias após a operação denominada “Queda da Bastilha”, que também cumpriu mandados de busca, apreensão e prisão dentro do Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (Iaepen), por envolvimento de servidores e detentos com o tráfico de drogas.
A nova investigação iniciada após o latrocínio contra o advogado Nicollas Matheus Pereira Almeida, de 27 anos, resultou na resolução de pelo menos outros dez crimes comandados de dentro da cadeia e executados por grupo criminoso conhecido como “Bonde do Pé na Porta”, responsáveis por arquitetar roubos, homicídios, latrocínios, tráfico de drogas, porte de armas de fogo e outros.
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Segundo o Ministério Público do Amapá, a maioria dos integrantes do grupo criminoso já havia sido presa logo após a morte do advogado e as investigações ajudaram a localizar o restante dos integrantes, que emitiam as ordens por meio do celular.
Ao todo, 503 homens e mulheres participaram da operação, realizada em conjunto entre o Ministério Público do Estado do Amapá, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Secretaria de Justiça e Segurança Pública, Grupamento Tático Aéreo, Polícia Militar, Polícia Civil, Polícia Penal e Polícia Técnico-Científica.
“Queda da Bastilha”
Em operação recente, as forças de segurança atuante no Amapá desarticularam outro grupo criminoso que atuava de dentro do Iapen. Segundo as investigações, fraudes em tornozeleira, receitas médicas falsas e ligação com o tráfico de drogas estavam entre os crimes cometidos por funcionários e detentos.
A operação teve início a partir da prisão de uma servidora da empresa que fornecia alimentos para o Iapen, ocorrida em fevereiro. A funcionária foi flagrada facilitando a entrada de drogas, armas e munições na penitenciária.
A partir desse momento, a PF e Gaeco/AP contataram fraudes e crimes dentro do Instituto, envolvendo outros servidores da Segurança Pública, advogados, presos e policiais penais, que trabalhavam na organização criminosa e recebiam dividendos pelas ações ou regalias dentro das celas.
Partindo da organização criminosa que se formou dentro do presídio, as equipes de investigações atestaram ligação do grupo com advogados que ajudavam nas fraudes. Um dos internos, beneficiário do esquema dentro da cadeia, era responsável por captar clientes presos para advogados envolvidos no esquema. Que por sua vez ajudavam a fraudar pagamentos para a entrada dos produtos ilícitos, conseguindo “laranjas” para lavar dinheiro.
Agentes da PF tiveram acesso a documentos com movimentação de dezenas de milhares de reais entre contas bancárias. A Justiça determinou o bloqueio de valores dessas contas bancárias e aplicações financeiras dos investigados. De acordo com o MP-AP, as penas somadas, em caso de condenação, podem chegar a 60 anos de reclusão.
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