Operação da PF que ‘mira’ governador do AC tem investigados em Manaus

Veículos da Polícia Federal em frente ao condomínio de luxo, na zona Oeste de Manaus. (Reprodução/ Internet)
Marcela Leiros – Da Revista Cenarium

MANAUS – A operação da Polícia Federal (PF) deflagrada nesta quinta-feira, 9, que tem como um dos alvos o governador do Acre, Gladson Cameli (PP), também é realizada em Manaus, capital do Amazonas, e no Piauí, Goiás, Paraná e Rondônia, além do Distrito Federal. A “Ptolomeu III” investiga uma organização criminosa envolvida em corrupção e lavagem de dinheiro relacionados à cúpula do Governo do Acre.

Na capital amazonense, agentes federais cumpriram mandados no condomínio de luxo Barão do Rio Negro, na Ponta Negra, zona Oeste. O governador do Acre tem familiares residindo em Manaus. Um deles é o irmão do chefe do Executivo acreano, o empresário Eládio Cameli Júnior.

Em dezembro de 2021, a Polícia Federal já havia deflagrado outra operação, que teve o governador como alvo, que também investigou crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. Na época, o pai de Gladson Cameli, Eládio Cameli, foi um dos alvos na capital amazonense.

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De acordo com a Folhapress, o governador Gladson Cameli teve contra si uma ordem para entrega dos passaporte e sequestro de bens expedida pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). No total, a pedido da PF, foi autorizado o sequestro de R$ 120 milhões em bens dos investigados. No caso de Cameli, são alvos da medida veículos, uma aeronave e imóveis avaliados em mais de R$ 10 milhões, de acordo com o veículo de comunicação.

Outra medida autorizada foi o afastamento de 34 agentes públicos e a suspensão da atividade de 15 empresas. A Polícia Federal não informou quem são os alvos da operação em Manaus ou nos outros Estados.

Agentes da Polícia Federal em frente a um condomínio de luxo em Manaus, no Amazonas. (Reprodução/ Internet)

A investigação

A “Operação Ptolomeu III” é realizada pela PF junto à Procuradoria-Geral da República (PGR), com apoio da Controladoria Geral da União (CGU) e da Receita Federal (RFB). São mais de 300 policiais, cumprindo 89 mandados de busca e apreensão nos Estados.

De acordo com a PF, a investigação tramita no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e é um desdobramento das fases I e II da Operação Ptolomeu, deflagradas no ano de 2021. No processo foi identificada uma organização criminosa, controlada por agentes políticos e empresários ligados ao Governo do Acre, que atuavam no desvio de recursos públicos, assim como na ocultação da origem e destino dos valores subtraídos, por meio da lavagem de dinheiro.

A Operação Ptolomeu III investiga umaorganização criminosa envolvida em corrupção e lavagem de dinheiro relacionados à cúpula do Governo do Estado do Acre. (Divulgação/ Polícia Federal)

Outras fases

Na 1ª fase da operação, em dezembro de 2021, Gladson Cameli foi alvo de busca e apreensão e o STJ determinou o afastamento da coordenadora do seu gabinete, do secretário de Indústria, Ciência e Tecnologia e de outros dois servidores. À época, segundo a PF, a investigação mirava um esquema de corrupção integrado pelos agentes públicos em conluio com empresários que aparelhou a estrutura do governo para desviar dinheiro público.

No mesmo mês de 2021, a PF realizou a segunda fase da Ptolomeu e prendeu Rosângela Gama, então coordenadora de gabinete do governo do Acre. A servidora, de acordo com a investigação, tentou obstruir a investigação em andamento.

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