Operação da PRF no Tocantins faz balanço sobre o combate a crimes ambientais

Operação da Polícia Rodoviária Federal (PRF) em conjunto com outras forças de repressão do Estado mirou nas rotas por onde escoam os produtos resultantes dos crimes ambientais na Amazônia (Reprodução/Gov.br)
Mencius Melo – Da Revista Cenarium

MANAUS – A Polícia Rodoviária Federal (PRF) no Tocantins encerrou a segunda fase da operação “Rotas da Amazônia II”. A segunda etapa da operação, que teve início em 2022, ocorreu de 31 de janeiro a 13 de fevereiro. A ação contou com a participação do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e do Batalhão de Polícia Militar Ambiental do Tocantins (BPMA/TO).

De acordo com a página do Ministério da Justiça e Segurança Pública, ao todo, foram registradas dez ocorrências envolvendo crimes ambientais, sendo o transporte ilegal de madeira o mais praticado. Treze pessoas foram detidas, das quais 12 por crimes ligados ao meio ambiente. No total, foram 333 pessoas fiscalizadas e 384 veículos vistoriados. Como resultado: apreensões de 250 metros cúbicos de madeira, 150 metros cúbicos de carvão e quase três toneladas de excesso de peso de produtos ambientais.

 Além de Tocantins, ação também ocorreu nos Estados de Mato Grosso e Maranhão (Reprodução/Greenpeace)

A operação forma uma espécie de “Cinturão Verde” com os chamados “Estados Cinturões” da Amazônia Legal, (destaque para o intercâmbio com as reginais de Mato Grosso e Maranhão) . As rotas são visadas pela PRF porque constituem vias por onde escoam produtos de ilícitos de natureza ambiental, como, por exemplo, o transporte de madeira.

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Produtos florestais originários do Pará circulam por Tocantins e Maranhão, enquanto nas rodovias de Mato Grosso trafegam os produtos de crimes ambientais vindos de Rondônia.

Animais como pássaros, peixes e pequenos símios estão entre as cargas que circulam, ilegalmente, pelas estradas da Amazônia por prática de contrabando (Reprodução/amazônia.org)

Pressão

A “Operação Rotas da Amazônia II” vem na esteira das retomadas de ações emergenciais de combate à criminalidade ambiental na Região Amazônica e a PRF é parte destacada na defesa, já que são pelas estradas da região que escoam ou circulam os produtos retirados da floresta. Além do tráfico de madeira, tráfico de animais silvestres, tráfico de pedras preciosas, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) ainda luta contra o tráfico de drogas que também utiliza as estradas amazônicas.

Operações como a “Rotas da Amazônia” precisam ocupar as estradas que servem como corredores do crime organizado na região. De acordo com estudos da Universidade do Estado do Pará (Uepa) publicados na Folha de S.Paulo em janeiro deste ano, a interiorização de facções do crime organizado na Região Norte é uma realidade.

Hoje, no Pará, Amazonas e em outros Estados da Amazônia, já existe a presença (…) e o surgimento de facções locais e regionais que têm algum tipo de aliança com esses grupos do Sudeste“, afirmou o professor e pesquisador da Uepa Aiala Colares em entrevista à Folha.

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