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Ossada humana encontrada pertence à indígena Yanomami desaparecida
Ossada foi identificada pelo Instituto Médico Legal (IML) (Dieny Portinanni/Reprodução)
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01 de junho de 2023
Bianca Diniz – Da Revista Cenarium
BOA VISTA (RR) – A Hutukara Associação Yanomami (HAY) divulgou o falecimento da indígena tradutora e intérprete Angelita Prororita Yanomami, de 35 anos, na quarta-feira, 31, após a identificação de ossada humana encontrada no dia 1° de maio, no Banho Copaíba, localizado no Distrito Industrial, Zona Oeste de Boa Vista. Angelita trabalhava na Casa de Saúde Indígena Yanomami (Casai) e estava desaparecida há um mês. As autoridades do governo de Roraima confirmaram, oficialmente, a identificação da vítima.
Conforme informações fornecidas pela HAY, Angelita foi vista, pela última vez, por um amigo que a fotografou na avenida Ville Roy, no dia 8 de abril, acompanhada de um homem que pilotava uma moto. A fotografia foi entregue a Polícia Civil (PC-RR). Já outra amiga disse que também avistou a intérprete em uma moto, no mesmo dia, nas proximidades de uma faculdade.
Em nota, a HAY lamenta a morte de Angelita e pede para que o caso seja investigado. “A Hutukara Associação Yanomami vem a público lamentar, profundamente, a morte de Angelita Prororita Yanomami, ex-esposa do líder Dário Vitório Kopenawa, vice-presidente desta organização. A HAY exige que o caso seja investigado e pede justiça”, disse a organização.
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Luto
A organização indígena reforça que as imagens da intérprete não devem ser divulgadas. “A Associação solicita, encarecidamente, que as imagens de Angelita não sejam difundidas, respeitando a cultura e as tradições do povo Yanomami e o luto da família”, aponta o documento.
Na nota assinada pelo vice-presidente da Urihi Associação Yanomami (UAY), Júnior Hekurari Yanonami, o caso é apontado como uma tamanha barbárie. “Neste momento de profunda dor e revolta, a Urihi Associação Yanomami expressa as mais sinceras condolências pela partida cruel e precoce. Que as autoridades investiguem e os responsáveis sejam encontrados e punidos por tamanha barbárie”.
O Conselho Indígena de Roraima (CIR) também manifestou tristeza ao receber a notícia do falecimento e declarou que exige uma investigação por parte da Polícia Federal (PF), além do acompanhamento da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), do Ministério Público Federal (MPF) e do Ministério dos Direitos Humanos (MDH) para uma apuração rápida e eficiente do caso.
Punição
O CIR enfatizou a importância de responsabilizar e punir os responsáveis por esse hediondo crime cometido contra uma mulher indígena. “Angelita era uma das defensoras dos direitos do seu povo, na luta contra o garimpo ilegal, que já vitimou centenas de mulheres e meninas na Terra Indígena Yanomami (TIY)”, reforçou o conselho.
Em nota, o Ministério da Saúde (MS) presta solidariedade. “O MS solidariza com os familiares e toda a comunidade indígena Yanomami pela morte de Angelita Prororita Yanomami […] A pasta vai colaborar com as investigações conduzidas pelas autoridades competentes para que as causas da morte sejam esclarecidas o mais rápido possível”, afirma o ministério.
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