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Papa Francisco abençoa, mas mantém veto a casamentos homoafetivos
Documento chancelado pelo papa Francisco tende a abrir nova rusga com ala mais conservadora da Igreja Católica (Freepik)
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18 de dezembro de 2023
Da Revista Cenarium Amazônia*
MANAUS – Em decisão histórica, o Vaticano autorizou nesta segunda-feira, 18, a bênção a casais de pessoas do mesmo sexo e aqueles considerados, sob a ótica da igreja, “em situações irregulares”. A instituição, porém, não alterou seu veto ao casamento homoafetivo.
“Essa bênção nunca será realizada ao mesmo tempo que os ritos civis de união, nem em conexão com eles. Nem mesmo com as vestimentas, gestos ou palavras próprias de um casamento”, destaca o documento aprovado pelo papa Francisco, que recém-completou 87 anos.
O documento acrescenta que existe “a possibilidade de bênçãos para casais em situações irregulares e casais do mesmo sexo, cuja forma não deve encontrar nenhuma fixação ritual por parte das autoridades eclesiásticas, para não produzir confusão com a bênção própria do sacramento do matrimônio”.
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Trata-se da primeira vez que a igreja abre caminho para a bênção a casais do mesmo sexo, um tema que gera tensão interna devido à forte oposição da ala conservadora, especialmente a baseada nos Estados Unidos, já muito crítica a Francisco.
Mas, apesar de a união de casais do mesmo sexo não ser reconhecida pela Santa Sé, alguns padres já os abençoavam, principalmente em países como Bélgica e na Alemanha.
A declaração desta segunda-feira ocorre seis semanas após a conclusão do Sínodo para o Futuro da Igreja Católica, reunião consultiva em que bispos, mulheres e leigos debateram questões sociais como a postura da instituição em relação a pessoas LGBTQIA+ e divorciados.
Em outubro, cinco cardeais conservadores pediram ao papa que reafirmasse a doutrina católica tradicional sobre casais homoafetivos, mas o documento final do Sínodo deixou de lado essa questão.
Em 2021, o Vaticano reiterou sua opinião de que a homossexualidade é um “pecado” e de que casais do mesmo sexo não podem receber o sacramento do matrimônio.
Desde sua eleição em 2013, Francisco, primeiro papa latino-americano da história e que insiste na importância de uma igreja “aberta a todos“, tem despertado críticas dos conservadores, especialmente ao limitar o uso da missa em latim em 2021.
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