Pará articula políticas públicas de manejo e mira ganhos econômicos com preservação da floresta

Delegação paraense em Sharm El Sheikh apresenta ações para o inovador e potencial mercado de carbono (Divulgação/Agência Pará)
Mencius Melo – Da Revista Cenarium

MANAUS – A experiência paraense na COP 27, que acontece em Sharm El Sheikh no Egito, está rendendo bons frutos para o Estado amazônico. O Pará apresentou ações voltadas para REDD+, sigla que significa: Redução de Emissões provenientes de Desmatamento e Degradação Florestal. As experiências visam reposicionar o Pará no tabuleiro do debate climático e garantir dividendos financeiros resultantes da preservação da floresta amazônica.

De acordo com Mauro O’de Almeida, titular da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará, o momento é de aprender para superar os obstáculos. “Nós estamos num processo de aprendizagem. O estado do Pará e outros estados amazônidas precisam renovar as relações com as comunidades locais. Também precisamos de um banco de conhecimento e patentes. Em eventos como esse, nós esperamos receber recursos para o fortalecimento de REDD+”, declarou.

Avançar sobre as potencialidades econômicas da “floresta em pé”, esse é o objetivo das ações governamentais do Pará, exibidas na COP27 (Divulgação/Agência Pará)

O gestor reconheceu que um dos obstáculos é a urgência do entendimento sobre o tema. “O assunto é tão inovador que não existe uma consensualidade entre as instituições”, pontuou. Outros desdobramentos também precisam ser compreendidos com maior clareza. “Um dos grandes desafios é a operacionalização dos recursos do REDD+. Nós precisamos de um olhar atencioso sobre as salvaguardas”, observou Almeida.

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Voz da floresta

O representante fez questão de destacar que o diferencial da experiência de REDD+ nas florestas do Pará, são as vozes que compõe o mosaico humano da Amazônia. “Todos nós temos que aprender a ouvir os povos tradicionais. Temos comunidades na área rural, mas também temos uma grande população nas áreas urbanas. As comunidades não querem apenas o recurso, querem garantias de que a cultura e o modo de vida sejam mantidos com desenvolvimento e proteção da floresta”, enfatizou Mauro de O’de Almeida.

Acompanhando a delegação, o extrativista José Ivanildo chamou atenção para a iniciativa governamental. “Eu vejo no REDD+ uma oportunidade de negócio por meio da proteção da floresta. Para nós, o Governo do Estado, por meio da secretaria de Meio Ambiente e do governador, traz essa esperança de fazer novas ações porque as nossas vozes estão sendo ouvidas. É muito importante o Estado avançar nessa política que maneja e valoriza a terra”, destacou José Ivanildo. 

Em entrevista coletiva na COP 27, o governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), declarou. “Tudo que nós queremos é somar forças, somar energias, trabalhar para mostrar que o Brasil tem responsabilidade ambiental e com a pauta climática. Com a preservação da floresta. Nosso país quer discutir floresta em pé, o nosso país quer discutir floresta viva. Uma floresta que esteja em pé, mas que valorize, prestigie os saberes das comunidades tradicionais e que possa gerar renda”, afirmou.

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