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Especial – Pandemia de Fome: Periferias invisíveis
Para especialistas, a Amazônia é, constantemente, invisibilizada pela localização periférica em que se encontra (Ricardo Oliveira/Revista Cenarium)
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23 de abril de 2021
Marcela Leiros – Da Revista Cenarium
MANAUS – Nos últimos 6 meses, além da pobreza e extrema pobreza que se concentram na Amazônia Legal, Estados da região têm passado por períodos de crise de abastecimento de energia elétrica, falta de insumos na área da saúde e, até mesmo, inundações pela subida das águas de rios da região. Os danos causados pelo ‘apagão’ no Amapá, pela crise do oxigênio no Amazonas e pela cheia dos rios no Acre refletem a forma como a região é tratada, principalmente pelo governo federal. Para especialistas, a Amazônia é, constantemente, invisibilizada pela localização periférica em que se encontra.
Segundo o sociólogo Luiz Antonio Nascimento, o conceito de periferia pode ser aplicado à região amazônica, quando relacionado às outras regiões do país, onde se concentram maiores centros econômicos. “Quando a gente pensa em centro e periferia, um conceito quase sempre econômico e social, a região Amazônica pode ser chamada de região periférica em relação ao sudeste, quando se trata de desenvolvimento científico e tecnológico, de capacidade de investimento e volume de serviços oferecidos na região”, destacou especialista.
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Já em uma referência local, Luiz Antonio destaca que os próprios municípios do interior dos Estados da região Amazônica também podem ser considerados periferias. “Se você pensar desse modo, a gente pode falar que Manaus é um centro e o interior do Amazonas, em relação à capital, é a periferia. Assim como também podemos falar que os municípios circunvizinhos aos municípios do interior, como Parintins, também são periferia”, pontuou o sociólogo.
Para o sociólogo Luiz Antonio Nascimento, sob o ponto de vista econômico e social, a região Amazônica pode ser chamada de região periférica em relação ao sudeste do Brasil (Reprodução/Acervo Pessoal)
Defensores da Amazônia
Para o economista Orígenes Martins Júnior, a região deve ter defensores que se mobilizem para lutar por pautas que sejam relevantes para a região e que sejam úteis para mudar também a realidade das milhões de famílias que sobrevivem na pobreza e extrema pobreza.
“A realidade da Amazônia teria que ter defensores: um grupo forte e corajoso de parlamentares que trouxesse o desenvolvimento para a região, proporcionando educação e conhecimento técnico para o pessoal do interior desenvolver a atividade deles sem precisar ter que vir para a capital”, destacou o economista.
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