PF apura suspeita de propina em contrato da Universidade Estadual de Roraima


31 de agosto de 2023
PF apura suspeita de propina em contrato da Universidade Estadual de Roraima
Esquema investigado envolve a Universidade Estadual de Roraima (UERR) (Divulgação/UERR)
Winicyus Gonçalves – Da Revista Cenarium Amazônia

BOA VISTA (RR) – A Polícia Federal (PF) em Roraima fez buscas na Universidade Estadual de Roraima (UERR) durante a operação Harpia, que investiga suspeita de corrupção envolvendo a instituição e uma empresa de engenharia, que não teve o nome divulgado pela corporação. A ação foi deflagrada na manhã desta quinta-feira, 31, no campus da universidade, no bairro Canarinho, Zona Leste de Boa Vista. O reitor Regys Freitas estava no local e acompanhou as buscas.

A operação de hoje foi o desdobramento da ação realizada no dia 17 de agosto para investigar um possível pagamento de propinas relacionado à contratação da empresa de engenharia. Os agentes estiveram no empreendimento e na casa do irmão de um dos sócios, onde encontraram R$ 3,2 milhões escondidos em sacos de lixo.

A corporação cumpriu dois mandados de busca e apreensão em Boa Vista. Policiais chegaram por volta das 8h40 em duas viaturas, entraram na reitoria, onde fica o gabinete de Freitas, e levaram um computador e uma pasta de documentos.

Além da busca no campus da UERR, a Polícia Federal (PF) também cumpriu o segundo mandado em outro endereço na capital, que não foi divulgado pela corporação. As duas ordens judiciais foram expedidas pela Vara de Entorpecentes e Organizações Criminosas do Tribunal de Justiça de Roraima (TJRR).

Policiais fizeram buscas no campus da UERR nesta quinta-feira, 31 (Winicyus Gonçalves/Reprodução)

O inquérito vai continuar com apuração de quem seriam os destinatários da suspeita de corrupção, a dinâmica do esquema e os envolvidos. Em nota à REVISTA CENARIUM AMAZÔNIA, a UERR disse que, espontaneamente, encaminhou ofício à superintendência da Polícia Federal para esclarecer ou sanar dúvidas, se dispondo a comparecer e a fornecer documentos necessários para responder as perguntas da corporação.

“No dia 22 de agosto, a instituição, espontaneamente, encaminhou ofício à superintendência da PF, no sentido de esclarecer ou sanar dúvidas, disponibilizando-se a comparecer e a fornecer documentos necessários no sentido de elucidar quaisquer questionamentos”, complementa a universidade em nota. A CENARIUM também tentou contato com Regys Freitas, mas não houve retorno até o fechamento da matéria.

Outro caso

Não é a primeira vez que há suspeitas de corrupção envolvendo a instituição de ensino superior. Em 2018, o reitor Regys de Freitas foi investigado por suposta fraude em licitação e faturamento, a pedido da Controladoria-Geral do Estado (Coger). Meses após assumir o cargo de reitor, cargo que ocupa até o momento, Freitas contratou uma empresa terceirizada para serviços de zelador, copeiros e recepcionista.

A Coger apresentou relatório apontando que a UERR pagou mais caro pelos serviços do que os valores praticados no mercado, com um prejuízo de R$ 3 milhões aos cofres públicos.

O Ministério Público de Roraima (MPRR) pediu o arquivamento, no caso de improbidade administrativa, no processo de licitação, com a justificativa de que não houve superfaturamento.

Freitas também é conhecido por suas alianças políticas, chegando ao cargo de reitor da Universidade de Roraima por indicação do deputado estadual Jalser Renier (PTB). O reitor também é amigo do governador Antonio “Denarium” (Progressistas) e do senador Mecias de Jesus (Republicanos). Em 2022, durante as eleições para o Governo de Roraima, Freitas esteve ao lado de “Denarium”.

Da esquerda para a direita: o governador de Roraima, Antonio ‘Denarium’, o reitor da UERR, Regys Freitas e a esposa de Freitas (Divulgação/Secom-RR)

Segundo a Coger, com base em informações do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o patrimônio de Regys Freitas aumentou quando passou a ocupar um dos principais cargos públicos, sendo reitor da Universidade Estadual de Roraima (UERR).

A mansão em que ele mora, por exemplo, em um bairro tradicional de Boa Vista, está avaliada em R$ 3 milhões. Além disso, na garagem, existem dois carros com valores, em média, de R$ 500 mil.

Leia também: PF encontra R$ 3,2 mi em propina à Universidade Estadual de Roraima
Editado por Jefferson Ramos
Revisado por Adriana Gonzaga

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