PF encontra R$ 3,2 mi em propina à Universidade Estadual de Roraima

Esquema investigado envolve a Universidade Estadual de Roraima (Divulgação/UERR)
Winicyus Gonçalves – Da Revista Cenarium Amazônia

BOA VISTA (RR) – A Polícia Federal (PF) apreendeu R$ 3,2 milhões em dinheiro nesta quinta-feira, 17, em ação que investiga um esquema de pagamento de propina que envolve a Universidade Estadual de Roraima (UERR), em Boa Vista. A quantia foi encontrada em fardos etiquetados com R$ 50 mil, separados por notas de R$ 50 e R$ 100.

A REVISTA CENARIUM AMAZÔNIA teve acesso ao vídeo feito pela PF durante a operação. O dinheiro estava escondido dentro de sacos de lixo, nos fundos da casa do irmão de um empresário – que não tiveram os nomes divulgados pela PF – e são suspeitos de participarem do esquema.

Durante a investigação, a PF suspeitou que um saque de grande valor teria sido feito em Boa Vista, sob pretensão de honrar um suposto esquema de pagamento de propina relacionado à licitação na UERR, e foi na casa do irmão de um dos sócios da empresa investigada que foi encontrado o valor. As buscas foram realizadas em endereços ligados aos suspeitos, por meio de mandado da Vara de Organizações Criminosas da Justiça de Roraima.

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Além da residência onde foi localizado o dinheiro, os policiais foram à sede da empresa, que também não teve o nome divulgado pela corporação. No local, apreenderam celulares e documentos, os quais serão usados para investigação da polícia.

O inquérito vai continuar com apuração de quem seriam os destinatários da suspeita de corrupção, a dinâmica do esquema e os envolvidos. Em nota oficial, a assessoria de comunicação da universidade informou que “a instituição não recebeu nenhuma comunicação oficial da Polícia Federal ou da Justiça sobre das informações divulgadas, nem foi alvo de qualquer ação em todas as suas unidades administrativas e educacionais, mas adianta estar à disposição para colaborar no que for necessário, para que todos os fatos sejam esclarecidos, no intuito de resguardar o interesse público”, diz trecho da nota.

Outro caso

Não é a primeira vez que há suspeitas de corrupção envolvendo a instituição de ensino superior. Em 2018, o reitor Regys de Freitas foi investigado por suposta fraude em licitação e faturamento, a pedido da Controladoria-Geral do Estado (Coger-RR). Meses após assumir o cargo de reitor, cargo que ocupa até o momento, Freitas contratou uma empresa terceirizada para serviços de zelador, copeiros e recepcionista.

A Coger-RR apresentou relatório apontando que a UERR pagou mais caro pelos serviços do que os valores praticados no mercado, com um prejuízo de R$ 3 milhões aos cofres públicos. Contudo, o Ministério Público de Roraima (MP-RR) pediu o arquivamento no caso de improbidade administrativa no processo de licitação, com a justificativa de que não houve superfaturamento.

Da esquerda para a direita: o governador de Roraima, Antonio ‘Denarium’, o reitor da UERR, Regys Freitas e a esposa de Freitas (Divulgação/Secom RR)

Freitas também é conhecido por suas alianças políticas, chegando ao cargo de reitor da Universidade de Roraima por indicação do deputado estadual Jalser Renier (PTB). O reitor também é amigo do governador Antonio “Denarium” (Progressistas) e do senador Mecias de Jesus (Republicanos). Em 2022, durante as eleições para o Governo de Roraima, Freitas esteve ao lado de “Denarium”.

O patrimônio de Regys Freitas aumentou quando passou a ocupar um dos principais cargos públicos, sendo reitor da Universidade Estadual de Roraima (UERR). A mansão em que ele mora, por exemplo, em um bairro tradicional de Boa Vista, está avaliada em R$ 3 milhões. Além disso, na garagem, existem dois carros com valores, em média, de R$ 500 mil.

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