Amostras coletadas em barco de suspeito dão inconclusivas para Bruno Pereira e PF descarta ser de Dom Phillips
17 de junho de 2022
O material foi obtido durante buscas por novas evidências do caso. Os vestígios de sangue foram encontrados em 9 de junho pela PF-AM (Divulgação)
Bruno Pacheco – Da Revista Cenarium
MANAUS — A Polícia Federal do Amazonas (PF-AM) informou na noite dessa quinta-feira, 16, que as amostras de sangue coletadas no barco do suspeito de matar o jornalista Dom Phillips e o indigenista Bruno Pereira, o pescador Amarildo da Costa Oliveira, o “Pelado”, é um perfil genético completo de uma pessoa do sexo masculino. O material foi obtido durante buscas por novas evidências do caso.
Os vestígios de sangue foram encontrados em 9 de junho pela PF-AM, após uso de luminol – uma substância química que reage com o sangue, emitindo uma luz. De acordo com o Comitê de Crise, coordenado pela PF-AM, ao confrontar os perfis genéticos de referência com o de Dom e Bruno, que desapareceram em 5 de junho na região do Vale do Javari, no Amazonas, o Instituto Nacional de Criminalística excluiu a possibilidade desse vestígio ser proveniente do jornalista britânico.
A PF-AM afirmou, também, na nota, que a possibilidade da amostra ser originada de Bruno Pereira restou inconclusiva, sendo necessária a realização de exames complementares. “Esse resultado pode ser devido à degradação do DNA autossômico ou à origem não humana da amostra, segundo os peritos“, ressaltou a Polícia Federal, em trecho da nota.
No documento, o órgão policial destacou, ainda, que o processo de identificação dos remanescentes humanos coletados na quarta-feira, 15, terá início nesta sexta-feira, 17, com previsão de conclusão na próxima semana. Equipes de investigação, salienta a PF-AM, seguem realizando diligências na região de buscas para a elucidação completa do caso.
Não encontrado
Quanto à embarcação que estava sendo utilizada por Dom e Bruno, segundo a Polícia Federal, ela não foi localizada. Equipes de buscas estavam desde as primeiras horas dessa quinta-feira, 16, a procura da lancha. Eles foram à região, no Rio Itaquaí, após Amarildo, o Pelado, confessar o assassinato do jornalista e do indigenista durante um depoimento e indicar o perímetro onde o barco das vítimas foi afundado.
“Não foi encontrada a embarcação que estava sendo utilizada por Bruno Pereira e Dom Phillips, apesar de exaustivas buscas realizadas nesta data no perímetro apontado por Amarildo da Costa Oliveira“, esclareceu a Polícia Federal.
PF-AM emite nota sobre caso Dom e Bruno e informa que sangue encontrado em barco é humano (Divulgação)
Remanescentes humanos
Nessa quinta-feira, 16, uma equipe de peritos federais embarcou em uma aeronave com destino a Brasília para realização do exame de identificação dos “remanescentes humanos” encontrados na quarta-feira, 15, durante as buscas pelo jornalista britânico Dom Phillips e pelo indigenista Bruno Pereira.
Os remanescentes humanos foram encontrados após um dos suspeitos do crime, o Pelado, comunicar a localização dos corpos. “Nós não teríamos a possibilidade de chegar nesse local, se não tivesse a confissão. Para avançar mata adentro foram mais de 25 minutos de caminhada”, disse o delegado, em entrevista coletiva na quarta-feira, 15, à imprensa.
Dom e Bruno
Bruno Pereira, de 41 anos, estava licenciado da Fundação Nacional do Índio (Funai) e estava ajudando o inglês Dominic Phillips, de 57 anos, colaborador do jornal “The Guardian”, em um projeto na Amazônia. O indigenista e o jornalista desapareceram no Vale do Javari, no Amazonas, ao realizarem um percurso entre a comunidade ribeirinha São Rafael à cidade de Atalaia do Norte, no interior do Amazonas.
A Polícia Federal interrogou mais de dez pessoas e prendeu um suspeito, identificado como Amarildo da Costa de Oliveira, o “Pelado”. No dia 8 de junho, o barco de Amarildo foi rastreado pela polícia, que o encontrou na mesma região onde a dupla foi vista pela última vez.
No domingo, 12, o Comitê de Crise da PF-AM confirmou, por meio de nota, que os pertences encontrados na região do Vale do Javari eram do indigenista e do jornalista inglês. No dia 14, outro suspeito foi preso, irmão de Amarildo, Oseney da Costa de Oliveira, por suspeita de participar do crime. O envolvimento de uma terceira pessoa, citada por Amarildo, está sendo investigada pela Polícia Federal.
Investigadores que atuam diretamente no desaparecimento do indigenista e do jornalista afirmam, sob a condição de anonimato, que as diligências reunidas até o momento não apontam para a existência de um mandante do crime, segundo o jornal Folha de S.Paulo. A hipótese, porém, existe e segue sendo apurada.
Este site usa cookies para que possamos oferecer a melhor experiência de usuário possível. As informações dos cookies são armazenadas em seu navegador e executam funções como reconhecê-lo quando você retorna ao nosso site e ajudar nossa equipe a entender quais seções do site você considera mais interessantes e úteis.
Cookies Estritamente Necessários
O cookie estritamente necessário deve estar ativado o tempo todo para que possamos salvar suas preferências de configuração de cookies.
Se você desativar este cookie, não poderemos salvar suas preferências. Isso significa que toda vez que você visitar este site, precisará habilitar ou desabilitar os cookies novamente.