Amostras coletadas em barco de suspeito dão inconclusivas para Bruno Pereira e PF descarta ser de Dom Phillips

O material foi obtido durante buscas por novas evidências do caso. Os vestígios de sangue foram encontrados em 9 de junho pela PF-AM (Divulgação)
Bruno Pacheco – Da Revista Cenarium

MANAUS — A Polícia Federal do Amazonas (PF-AM) informou na noite dessa quinta-feira, 16, que as amostras de sangue coletadas no barco do suspeito de matar o jornalista Dom Phillips e o indigenista Bruno Pereira, o pescador Amarildo da Costa Oliveira, o “Pelado”, é um perfil genético completo de uma pessoa do sexo masculino. O material foi obtido durante buscas por novas evidências do caso.

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Os vestígios de sangue foram encontrados em 9 de junho pela PF-AM, após uso de luminol – uma substância química que reage com o sangue, emitindo uma luz. De acordo com o Comitê de Crise, coordenado pela PF-AM, ao confrontar os perfis genéticos de referência com o de Dom e Bruno, que desapareceram em 5 de junho na região do Vale do Javari, no Amazonas, o Instituto Nacional de Criminalística excluiu a possibilidade desse vestígio ser proveniente do jornalista britânico.

A PF-AM afirmou, também, na nota, que a possibilidade da amostra ser originada de Bruno Pereira restou inconclusiva, sendo necessária a realização de exames complementares. “Esse resultado pode ser devido à degradação do DNA autossômico ou à origem não humana da amostra, segundo os peritos“, ressaltou a Polícia Federal, em trecho da nota.

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No documento, o órgão policial destacou, ainda, que o processo de identificação dos remanescentes humanos coletados na quarta-feira, 15, terá início nesta sexta-feira, 17, com previsão de conclusão na próxima semana. Equipes de investigação, salienta a PF-AM, seguem realizando diligências na região de buscas para a elucidação completa do caso.

Não encontrado

Quanto à embarcação que estava sendo utilizada por Dom e Bruno, segundo a Polícia Federal, ela não foi localizada. Equipes de buscas estavam desde as primeiras horas dessa quinta-feira, 16, a procura da lancha. Eles foram à região, no Rio Itaquaí, após Amarildo, o Pelado, confessar o assassinato do jornalista e do indigenista durante um depoimento e indicar o perímetro onde o barco das vítimas foi afundado.

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Não foi encontrada a embarcação que estava sendo utilizada por Bruno Pereira e Dom Phillips, apesar de exaustivas buscas realizadas nesta data no perímetro apontado por Amarildo da Costa Oliveira“, esclareceu a Polícia Federal.

PF-AM emite nota sobre caso Dom e Bruno e informa que sangue encontrado em barco é humano (Divulgação)

Remanescentes humanos

Nessa quinta-feira, 16, uma equipe de peritos federais embarcou em uma aeronave com destino a Brasília para realização do exame de identificação dos “remanescentes humanos” encontrados na quarta-feira, 15, durante as buscas pelo jornalista britânico Dom Phillips e pelo indigenista Bruno Pereira.

Os remanescentes humanos foram encontrados após um dos suspeitos do crime, o Pelado, comunicar a localização dos corpos. “Nós não teríamos a possibilidade de chegar nesse local, se não tivesse a confissão. Para avançar mata adentro foram mais de 25 minutos de caminhada”, disse o delegado, em entrevista coletiva na quarta-feira, 15, à imprensa.

Dom e Bruno

Bruno Pereira, de 41 anos, estava licenciado da Fundação Nacional do Índio (Funai) e estava ajudando o inglês Dominic Phillips, de 57 anos, colaborador do jornal “The Guardian”, em um projeto na Amazônia. O indigenista e o jornalista desapareceram no Vale do Javari, no Amazonas, ao realizarem um percurso entre a comunidade ribeirinha São Rafael à cidade de Atalaia do Norte, no interior do Amazonas.

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A Polícia Federal interrogou mais de dez pessoas e prendeu um suspeito, identificado como Amarildo da Costa de Oliveira, o “Pelado”. No dia 8 de junho, o barco de Amarildo foi rastreado pela polícia, que o encontrou na mesma região onde a dupla foi vista pela última vez.

No domingo, 12, o Comitê de Crise da PF-AM confirmou, por meio de nota, que os pertences encontrados na região do Vale do Javari eram do indigenista e do jornalista inglês. No dia 14, outro suspeito foi preso, irmão de Amarildo, Oseney da Costa de Oliveira, por suspeita de participar do crime. O envolvimento de uma terceira pessoa, citada por Amarildo, está sendo investigada pela Polícia Federal.

Investigadores que atuam diretamente no desaparecimento do indigenista e do jornalista afirmam, sob a condição de anonimato, que as diligências reunidas até o momento não apontam para a existência de um mandante do crime, segundo o jornal Folha de S.Paulo. A hipótese, porém, existe e segue sendo apurada.

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