PGR denuncia Moro por calúnia que reage: ‘falas descontextualizadas’

A denúncia foi feita pela vice-procuradora da PGR, Lindôra Araújo (Thiago Alencar/Revista Cenarium)
Da Revista Cenarium*

BRASÍLIA – A vice-procuradora-geral da República, Lindôra Araújo, denunciou nesta segunda-feira, 17, o senador Sergio Moro (União Brasil-PR), ao Supremo Tribunal Federal (STF), pelo crime de calúnia. Em vídeo divulgado nas redes sociais, no último fim de semana, Moro aparece em uma conversa com pessoas não identificadas. Durante o diálogo, o parlamentar afirmou: “Não, isso é fiança, instituto… para comprar um Habeas Corpus do Gilmar Mendes”.

O senador se pronunciou sobre a denúncia da PGR e afirmou que as falas foram descontextualizadas. “Claramente, naqueles fragmentos que foram editados e manipulados, não é nenhuma acusação contra o ministro Gilmar Mendes. O que existem são falas que foram descontextualizadas e divulgadas em fragmentos para, falsamente, me colocar como alguém contrário ao Supremo Tribunal Federal e ao próprio ministro, o que nunca fui. Sempre quando falei sobre o Supremo critiquei respeitosamente e elogio o papel que o Supremo teve, no passado, no combate à corrupção. Lamento que o procurador-geral da República veja com tanta facilidade a possibilidade de denunciar um senador da República e pedir a sua prisão”, afirmou o senador.

Para Lindôra Araújo, Moro acusou o ministro de “negociar a compra e a venda de decisão judicial para a concessão de habeas corpus”. “Ao atribuir falsamente a prática do crime de corrupção passiva ao ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes, o denunciando agiu com a nítida intenção de macular a imagem e a honra objetiva do ofendido, tentando descredibilizar a sua atuação como magistrado da mais alta Corte do País”, escreveu a procuradora.

PUBLICIDADE

A denúncia foi motivada por uma representação feita pelo advogado de Mendes, após o vídeo com a fala de Moro circular na imprensa e nas redes socais.

Gravações

No mês passado, o advogado Rodrigo Tacla Duran, que trabalhou para a empreiteira Odebrecht, entregou à Justiça fotos e gravações que comprometeriam o ex-juiz da Operação Lava Jato e senador Sergio Moro (União Brasil-PR). O juiz Eduardo Appio, da 13ª Vara Federal de Curitiba, determinou que o advogado seja incluído em um programa de proteção a testemunhas do governo federal.

Procuradores pediram que os documentos entregues fossem preservados sob sigilo nível quatro, um dos mais restritivos. O magistrado, no entanto, divergiu e não decretou sigilo.

Tacla Duran afirma ter provas de que pagou US$ 613 mil a advogados ligados à advogada e, hoje, deputada federal Rosângela Moro (União Brasil-SP), mulher do hoje senador Sergio Moro.

As acusações de Tacla Duran foram reveladas pela coluna em 2017. Na época, ele afirmou, no rascunho de um livro, que o advogado Carlos Zucolotto Junior, sócio de Rosângela e amigo próximo de Moro, prometeu a ele facilidades na Operação Lava Jato em troca de dinheiro.

Em nota enviada à coluna, o senador Sergio Moro diz que não teme eventuais investigações oriundas de fotos e gravações entregues à Justiça e que Tacla Duran é um “criminoso confesso”.

(*) Com informações da Agência Brasil
PUBLICIDADE

O que você achou deste conteúdo?

Compartilhe:

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie. Leia as perguntas mais frequentes para saber o que é impróprio ou ilegal.