PIB do Brasil cresce 1,9% no primeiro trimestre do Governo Lula

Luiz Inácio Lula da Silva (Sergio Lima/AFP)
Da Revista Cenarium*

MANAUS – Com o impulso da safra agrícola, a economia brasileira surpreendeu analistas e registrou crescimento de 1,9% no primeiro trimestre de 2023, na comparação com o quarto trimestre de 2022.

É o que indicam os dados do Produto Interno Bruto (PIB) divulgados nesta quinta-feira, 1º, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Trata-se do primeiro resultado do indicador no governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A variação de 1,9% ficou acima das estimativas do mercado financeiro. Na mediana, analistas consultados pela agência Bloomberg esperavam alta de 1,3%.

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O avanço veio após leve recuo de 0,1% no quarto trimestre de 2022, segundo dados revisados pelo IBGE. Inicialmente, a variação divulgada pelo instituto para esse período havia sido de retração de 0,2%.

O primeiro trimestre deste ano foi marcado pelas condições favoráveis de produção na agropecuária. Estimativas indicam recorde para a safra de grãos do país em 2023.

Segundo o IBGE, o crescimento do PIB de janeiro a março foi puxado pela alta de 21,6% na agropecuária (21,6%), que tem peso de aproximadamente 8% na economia do país. O avanço do setor foi o maior desde o quarto trimestre de 1996, disse o instituto.

“Problemas climáticos impactaram negativamente a agropecuária ano passado e esse ano estamos com previsão de safra recorde de soja, que representa aproximadamente 70% da lavoura no trimestre, com crescimento de mais de 24% de produção”, afirmou Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE.

“A safra da soja é concentrada no primeiro semestre do ano. Ao compararmos o quarto trimestre de um ano ruim com um primeiro trimestre bom, observamos esse crescimento expressivo da agropecuária”, completou.

Além do estímulo do campo, o período de janeiro a março também contou com a volta do Bolsa Família. O programa social substituiu o Auxílio Brasil, abrindo a possibilidade de pagamentos adicionais.

Nas últimas semanas, consultorias, bancos e outros operadores do mercado financeiro revisaram para cima as projeções para o PIB do primeiro trimestre.

Parte dos analistas ainda percebeu estímulos ao consumo vindos do mercado de trabalho, da trégua da inflação e dos resquícios da saída da pandemia, o que beneficiou a prestação de serviços presenciais.

O cenário, contudo, não afastou as projeções de desaceleração da atividade econômica ao longo deste ano.

Um dos fatores por trás dessa avaliação é o nível dos juros no Brasil. Além disso, o efeito da agropecuária tende a ficar mais concentrado no início do ano.

O Banco Central (BC) vem mantendo a taxa básica de juros (Selic) em 13,75% ao ano em uma tentativa de conter os preços e ancorar as expectativas para a inflação.

O efeito colateral esperado é a perda de ritmo da atividade econômica, já que o crédito fica mais caro para empresas e consumidores.

A perspectiva de desaceleração do PIB preocupa Lula e aliados. Ao longo dos últimos meses, o presidente fez uma série de críticas ao presidente do BC, Roberto Campos Neto, em razão do patamar dos juros.

Na mediana, analistas do mercado financeiro projetam avanço de 1,26% para o PIB no acumulado de 2023. A estimativa integra a edição mais recente do boletim Focus, divulgada na segunda-feira (29) pelo BC.

Cálculo do PIB

Produtos, serviços, aluguéis, serviços públicos, impostos e até contrabando. Esses são alguns dos componentes do PIB, calculado pelo IBGE, de acordo com padrões internacionais. O objetivo é medir a produção de bens e serviços no país em determinado período.

O indicador mostra quem produz, quem consome e a renda gerada a partir dessa produção. O crescimento do PIB (descontada a inflação) é usualmente chamado de crescimento econômico.

O levantamento é apresentado pela ótica da oferta (o que é produzido) e da demanda (como esses produtos e serviços são consumidos). O PIB trimestral é divulgado cerca de 60 dias após o fim do período em questão.

(*) Com informações da Folhapress

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