Pivô de uma crise no Governo Lula, União Brasil pode perder dois senadores

Dia da convenção das fusões das legendas DEM e PSL (Divulgação/DEM)
Da Revista Cenarium*

BRASÍLIA – Pivô de uma crise no Governo Lula (PT), o União Brasil perdeu um senador e pode ficar sem outro nos próximos dias.

Rodrigo Cunha anunciou nesta quarta-feira, 14, sua filiação ao Podemos, com o objetivo de se fortalecer politicamente em seu Estado, Alagoas. A legenda também negocia a filiação da senadora Soraya Thronicke (MS), que foi candidata à Presidência da República pelo União Brasil nas últimas eleições.

Dirigentes do União Brasil e do Podemos já foram avisados da intenção por Soraya e dizem que as negociações estão avançadas.

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A senadora, que tem tido uma relação de turbulência com o União, nos últimos tempos, nega a mudança de partido, neste momento. Soraya está internada em um hospital particular de Brasília para acompanhar o quadro alérgico grave que se manifestou há algumas semanas.

“A parlamentar garante que, neste momento, permanece filiada ao seu partido União Brasil e qualquer informação a respeito de uma possível mudança de sigla será informada, oficialmente, por sua assessoria de imprensa”, disse sua assessoria, em nota.

Com a filiação de Cunha e a possível saída de Soraya, o União Brasil ficará com sete senadores, uma redução de três cadeiras em relação ao mês das eleições, outubro de 2022.

No começo do ano, o partido já tinha sofrido uma baixa com a saída do senador Chico Rodrigues (RR), atualmente no PSB.

O senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) dá um beijo no colega Efraim Filho (União Brasil-PB) durante votação da eleição para a presidência do Senado (Ranier Bragon/2.fev.2023/Folhapress)

Na época, pesou a busca de Rodrigues por um partido da base de Lula, o do vice-presidente da República Geraldo Alckmin (PSB).

O União Brasil, que é o resultado da fusão do DEM com o PSL, tem abrigado uma disputa interna de correntes e, hoje, é a maior dor de cabeça dentro da base do Governo Lula.

O partido tem três ministérios em sua cota. Na Câmara, o grupo liderado por Elmar Nascimento (BA) pressiona o governo a trocar a ministra Daniela Carneiro (Turismo), em litígio com a bancada, por Celso Sabino (União Brasil-PA).

No Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) é o padrinho dos dois outros ministros na cota da legenda, Juscelino Filho (Comunicações) e Waldez Góes (Integração e do Desenvolvimento Regional).

O líder do União Brasil no Senado, Efraim Filho (União Brasil-PB), afirmou que o partido negocia a filiação de outro senador. “Perdeu um e vai ganhar um. Então, a bancada não ficará menor”, disse Efraim sobre a saída de Cunha.

Um dos nomes em negociação é o do senador Styvenson Valentim (Podemos-RN). O senador tem afirmado a pessoas próximas, no entanto, que tende a se filiar ao PP, sigla do também senador e ex-ministro Ciro Nogueira (PI).

Atualmente, as maiores bancadas no Senado são do PSD, de Rodrigo Pacheco (MG), com 15 das 81 vagas, e o PL de Jair Bolsonaro, com 12.

Leia também: Eleição na Câmara: Lira e governo tentam conter princípio de rebelião dos partidos PV e União Brasil
(*) Com informações da Folhapress
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