Retirada de garimpeiros em Roraima é pauta de reunião entre Pacheco, governador e senadores do Estado

Pacheco se reuniu com o governador e parlamentares de Roraima para discutir crise relacionada à retirada de garimpeiros de terras indígenas (Reprodução/Agência Senado)
Da Revista Cenarium*

BRASÍLIA – O presidente do senado, Rodrigo Pacheco, recebeu na terça-feira, 7, o governador de Roraima, Antonio Denarium, e os senadores Mecias de Jesus (Republicanos-RR) e Dr. Hiran (PP-RR) para discutir uma ajuda para a retirada dos garimpeiros que se encontram, ilegalmente, em áreas de povos indígenas. A bancada roraimense também debateu com Pacheco a criação de uma comissão externa para acompanhar a crise humanitária dos povos Yanomami.

“É de extrema importância, com a participação efetiva do Senado, que consigamos identificar formas de transformar esse cenário desolador e assegurar que a população indígena tenha acesso à saúde, educação e a garantia da inviolabilidade de suas terras e das suas tradições”, comentou Pacheco em postagem no Twitter após a reunião.

Na saída do encontro, Denarium declarou à imprensa a intenção de criar programas para atendimento social e busca de empregos para garimpeiros (e suas famílias) que forem retirados de áreas indígenas.

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Operação policial para retirada de garimpeiros de terras indígenas em Roraima (Reprodução/Agência Senado)

“É uma série de ações propostas para solucionar o problema dos garimpeiros em áreas indígenas. Tem que preservar os indígenas com saúde melhor, com educação de boa qualidade e dar condição para que eles mantenham a sua cultura e as suas tradições”, resumiu o governador.

Segundo Mecias, a comissão, que seria formada pelos três senadores de Roraima, teria o acompanhamento de representantes da Procuradoria-Geral da República e dos ministérios da Defesa, da Justiça e dos Direitos Humanos.

“A gente quer que tudo isso aconteça de forma pacífica, respeitando todos os direitos e, logicamente, o direito que sempre defendemos, dos nossos povos indígenas”, explicou o parlamentar.

Segundo o senador Dr. Hiran, existem entre 15 e 20 mil pessoas trabalhando no garimpo, e é preciso cuidar para não aumentar a “crise humanitária sem precedentes” em Roraima:

“Há 115 mil venezuelanos, mais os indígenas que saíram de suas comunidades e perambulam por nossas cidades e, agora, os garimpeiros que estão saindo das áreas indígenas e vão ficar sem nenhuma oportunidade. Isso é muito doloroso”.

O senador Weverton (PDT-MA) também comentou a questão, classificando o auxílio para os garimpeiros como “possível e necessário” diante de uma questão humanitária que envolve famílias que se submeteram à atividade ilegal e não têm mais condição de voltar para casa. Ele acredita que nesta quarta-feira, 8, será aprovada a criação da comissão externa.

“Os donos desses garimpos, que cometeram crimes lá dentro, nem mais lá estão. Quem está preso lá são pessoas humildes. É uma necessidade urgente do Estado brasileiro”, alertou Weverton.

As terras Yanomami se encontram em estado de emergência em saúde pública. Nesta terça-feira, a Força Aérea Brasileira (FAB) anunciou que reabrirá, parcialmente, o espaço aéreo sobre as terras Yanomami, em Roraima, para permitir, até 13 de fevereiro, a retirada espontânea dos garimpeiros da região.

(*) Com informações da Agência Senado
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