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Planos de Saúde têm reajuste de quase 60% previsto para 2023
O teto de reajuste é definido pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) (Reprodução/Saudi)
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01 de abril de 2023
Da Revista Cenarium*
CURITIBA – Silvio Kouyoumdjian, 53, é beneficiário do plano de saúde coletivo por adesão vinculado ao Sindicato de Engenheiros no Estado de São Paulo desde 2006. Quando contratou o convênio, pagava R$ 664 para ele e a mulher. O valor aumentou ao longo dos anos e, com o reajuste de 59,8% previsto para 2023, o economista pagará mais de R$ 8.500 mensais a partir deste mês.
Este valor seria ainda maior caso Kouyoumdjian não tivesse entrado na Justiça contra os reajustes que considera abusivos, e vencido a ação iniciada em 2019. Sua execução fez a mensalidade cobrada de março ficar em R$ 5.500, um mês antes de subir para os R$ 8.500 previstos. Caso tivesse perdido o processo, a mensalidade ultrapassaria R$ 18,5 mil.
O economista afirma que, nos últimos anos, o convênio passou por uma série de aumentos acima da inflação, que superaram o percentual aplicado aos planos de saúde individuais e familiares, cujo teto de reajuste é definido pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
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Em nota, a Amil Assistência Médica, operadora responsável pelo plano de Kouyoumdjian, diz que o cálculo do reajuste dos planos por adesão considera os custos de utilização coletiva no período anterior e também a inflação médica, com índices técnicos e financeiros que variam conforme cada cliente.
Lucia de Queiroz Novaes, 100, também se surpreendeu com o aumento de seu plano. A mensalidade passou de R$ 8.500, com o reajuste de 30%, em março deste ano. Ela aderiu ao plano coletivo por adesão vinculado ao Sindicato da Micro e Pequena Indústria do Estado de São Paulo (Simpi), em 2021, pelo valor de R$ 5.700.
Seu filho, Eduardo de Araújo Novaes, 73, diz que já pagou o boleto deste mês e opina: “O reajuste foi totalmente abusivo. Não há nada que justifique esse aumento.”
A SulAmérica, responsável pelo convênio de Lucia, diz que o reajuste, previsto em contratos, leva em consideração as regras do setor para manter a excelência na continuidade da oferta de assistência médica.
A Qualicorp, administradora de benefícios, afirma que atua em defesa dos consumidores, negociando o menor reajuste possível. No caso do aumento de 59,8%, diz que a “carteira em questão soma apenas 30 clientes”, e que oferece cerca de 700 produtos de mais de cem operadoras “como alternativa para que seus clientes possam manter o acesso à saúde de qualidade.”
Sobre o caso de Lucia, a administradora afirma que a carteira em questão soma 0,03% do total de seus clientes.
Em nome de operadoras como Bradesco Saúde, Amil Assistência Médica e SulAmérica, a Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde) afirma que o reajuste anual é influenciado por fatores como preço de medicamentos e insumos médicos, crescimento da utilização dos serviços dos planos e incorporação de novas coberturas obrigatórias, como medicamentos e procedimentos.
“O reajuste dos planos de saúde é indispensável para recompor a variação de custos, garantindo a continuidade da oferta da assistência médica a seus beneficiários”, diz nota.
A Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge) afirma que os reajustes anuais visam manter o equilíbrio entre a utilização dos serviços pelos beneficiários, a qualidade e a modernização do sistema de saúde e orienta que as pessoas busquem avaliar novas opções de convênios.
“Assim como fazem no mercado com diferentes produtos do dia a dia, é preciso buscar melhores preços também para planos de saúde.”
A Unimed do Brasil informou que o percentual é definido em contrato a partir da livre negociação entre as operadoras e empresas, e que as contratantes têm assegurado o acesso prévio ao cálculo e às informações sobre receitas e despesas com a assistência a seus beneficiários.
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