Policial agredida por cabo da PM alega que ‘furto’ de pizza motivou violência

Curso tático exclusivo para mulheres foi promovido em maio deste ano (Divulgação)
Adrisa De Góes – Da Revista Cenarium

MANAUS (AM) – O sumiço de uma fatia de pizza. Esse é o motivo que fez uma investigadora da Polícia Civil do Maranhão (PC-MA), de 53 anos, ser agredida por um cabo da Polícia Militar do Tocantins (PM-TO) com um pedaço de ripa (pedaço de madeira longa e estreita). A violência aconteceu durante curso tático exclusivo para mulheres, em Fortaleza, no Ceará, realizado entre 28 de maio e 8 de junho.

A agente de segurança publicou, nas redes sociais, fotografias que mostram hematomas nas nádegas, além de ter feito Boletim de Ocorrência (B.O.) na delegacia da Mulher do Ceará, que investiga o caso. A Secretaria de Segurança do Estado também abriu investigação para apurar a denúncia.

“Essa sou eu, vítima de um macho escroto que se diz instrutor de curso. Um cabo da Polícia Militar de Tocantins que, mesmo depois do ocorrido, está sendo ovacionado pela sua instituição e por todos que participaram do curso”, escreveu a vítima.

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Vítima publicou relato nas redes sociais (Reprodução/Instagram)

O 3° Curso Tático Policial Feminino CTAP aconteceu na capital cearense e contou com a participação de policiais militares, civis, penais e bombeiras militares dos Estados do Ceará, Paraná, Maranhão, Piauí e Rio Grande do Norte. A edição iniciou com 44 profissionais e, após dez dias internos, 23 alunas desistiram da formação.

O acusado das agressões é o policial Rafael Ferreira Martins que, após repercussão negativa foi afastado do curso antes do término das instruções.

Repercussão no governo

O governador do Ceará, Elmano de Freitas, classificou a denúncia como “inadmissível e revoltante” e exonerou o diretor-geral da Academia Estadual de Segurança Pública (Aesp), o coronel da PM Clauber Wagner Vieira de Paula, após a denúncia.

O chefe do Executivo afirmou, ainda, que a apuração será “rigorosa” e “imediata”. “Não compactuamos e não vamos tolerar qualquer tipo de violência contra as mulheres, assim como quaisquer abusos dentro dos nossos cursos de formação”, publicou.

O que diz a PM do Tocantins

A REVISTA CENARIUM entrou em contato com a PM-TO para saber quais medidas serão tomadas em relação ao caso ministrado por um militar da corporação. Leia a íntegra da nota:

Referente à informação de que uma aluna do Curso Tático Policial Feminino, realizado na Polícia Militar do Ceará, teria sido agredida por um instrutor policial militar do Tocantins, durante atividades do curso, a Polícia Militar esclarece que:

1 – A supervisão do referido curso coube, exclusivamente, à instituição promotora do evento a qual, inclusive, já está apurando os fatos devidamente;

2 – Ao tomar conhecimento das informações por meio da imprensa, entrou em contato com a Secretaria da Segurança Pública e da Defesa Social do Governo do Estado do Ceará, solicitando toda a documentação existente sobre o caso para avaliação.

A Polícia Militar repudia, veementemente, qualquer desvio de conduta e/ou excesso direcionado a qualquer pessoa, praticado por policial em razão da função ou fora dela e reafirma seu compromisso com a ética, a transparência e o respeito aos direitos humanos.

Leia mais: No Ceará, policial civil mata a tiros quatro colegas em delegacia, foge em viatura e se entrega
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