Gestor da Prefeitura de Manaus é agredido em protesto gerado por fake news

Motocicletas fazem protesto em frente ao Instituto Municipal de Mobilidade Urbana (IMMU) (Ana Pastana/CENARIUM)
Ana Pastana – Da Revista Cenarium

MANAUS – O vice-presidente do Instituto Municipal de Mobilidade Urbana (IMMU) de Manaus (AM), Edson Leda, foi agredido durante a manifestação de motociclistas na manhã desta sexta-feira, 3, na capital. Um grupo de condutores partiu em direção ao fiscal de trânsito Paulo César Reis, quando o vice-presidente tentou conter o tumulto e um homem, ainda não identificado, atingiu Edson com um capacete na cabeça dele. O gestor teve atendimento médico e passa bem.

Veja o vídeo

Momento em que vândalos infiltrados na manifestação de motociclistas tentam agredir fiscal de trânsito e atinge o vice-presidente do IMMU, Edson Leda (Lucas Sairaf/CENARIUM)

O protesto dos motociclistas aconteceu após o IMMU fazer uma operação de rotina na quinta-feira, 2, no Centro de Manaus, e apreender motocicletas cujos condutores estavam sem habilitação. A partir daí, surgiram informações falsas, em grupos de WhatsApp, de que a Prefeitura de Manaus estava “proibindo”motociclistas de fazer “moto-uber”, serviço que não está regulamentado no Amazonas. No mês passado, a Prefeitura de São Paulo suspendeu o “motor-uber” por conflitos com a plataforma do aplicativo e isso reforçou o receio dos motociclistas da capital amazonense.

Vandalismo

Durante entrevista coletiva, o diretor-presidente do instituto, Paulo Henrique Martins, informou que atendeu os representantes que procuraram o órgão, e tiveram uma conversa amigável, mas entende que, em meio às manifestações, existe um grupo de vândalos que se infiltram durante o movimento e podem ter adotado essa conduta.

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“Infelizmente, no meio dessas manifestações, existem aqueles que não querem solução, são vândalos que se infiltram e que se deixam levar pela raiva e pela emoção. A gente entende que a categoria ficou apreensiva em relação ao que iria acontecer, a gente entende que teve uma vontade de conversar com o poder público e nós recebemos, conversamos, tranquilamente, com os representantes que estavam presentes”, explicou Martins.

Representantes da categoria em reunião na sede do IMMU (Clovis Miranda/Semcom)

Martins informou que o setor jurídico do instituto vai identificar o responsável e tomar as medidas cabíveis. “Nós vamos identificar a pessoa que fez isso e o nosso setor jurídico vai tomar as providências necessárias”. O vice-presidente foi encaminhado para o hospital e não há informações sobre o estado de saúde até o fechamento desta matéria.

Fiscalização

Durante fiscalização de rotina, no Centro de Manaus, cinco motocicletas foram apreendidas. Após as apreensões, motociclistas por aplicativo se revoltaram e organizaram o protesto de reivindicação na frente da prefeitura. De acordo com o diretor-presidente, a fiscalização não era específica para os motociclistas que trabalham para as plataformas de aplicativos.

Agente de trânsito durante fiscalização (Antônio Pereira/Semcom)

“As fiscalizações não serão voltadas para os motociclistas por aplicativo, mas sim, para o condutor que estiver irregular, independente de aplicativo ou não. O condutor deve estar com a habilitação e a motocicleta regulamentada”, disse.

Plataformas

Martins afirmou, ainda, que a plataforma oferece um serviço de motocicleta irregular no País. De acordo com a legislação federal, o condutor que transporta um passageiro deve ter a categoria B ou superior para regularizar esse serviço.

“A legislação federal diz que somente o município tem a prorrogativa de fazer a regulamentação e na regulamentação exigi-se que o condutor tenha a categoria B ou superior, então, está claro que o serviço por aplicativo tem que ser feito por automóvel e não por motocicleta. Nós estamos avaliando qual serão as medidas. O prefeito David Almeida entende que muitas pessoas estão usando a plataforma para trabalhar”.

Sem proibições

Em nota, a Prefeitura de Manaus reforçou que não proíbe o transporte de motocicleta por aplicativo e esclarece que não há nenhuma fiscalização orientada para coibir motociclistas que realizam transporte de pessoas por aplicativo.

“A ação realizada na quinta-feira, 2, foi resultado de uma fiscalização de rotina dos agentes de trânsito para garantir mais segurança às pessoas que utilizam o modal de transporte por aplicativo, seja motocicleta ou carro, o que inclui, ainda, a verificação de documentação de condutores e veículos”, explica a nota.

O IMMU informa ainda que, embora o transporte de passageiros por motos não esteja regulamentado em Manaus, reitera seu compromisso em manter as condições ideais para a manutenção do trabalho desses profissionais e que, de forma conjunta com representantes da categoria das plataformas de aplicativos, corpo técnico e jurídico da Prefeitura, buscarão alternativa legal que atenda aos interesses da coletividade.

“Esse é um tema que vem sendo estudado pelo IMMU e que, com a participação de todas as partes interessadas, o debate já está sendo ampliado. O objetivo é chegar a uma solução de consenso com a valorização do trabalho e da segurança de quem opera e faz uso do serviço, em todos os aspectos”, finaliza.

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