Prefeito em exercício de Manaus dá início a ano letivo em escolas ribeirinhas

O prefeito em exercício de Manaus, Marcus Rotta, discursa durante abertura de ano letivo (Divulgação/Semcom)
Marcela Leiros – Da Revista Cenarium Amazônia

MANAUS (AM) – O prefeito em exercício de Manaus, Marcos Rotta, deu início nesta quinta-feira, 11, ao ano letivo de 2024 para cerca de 2 mil alunos ribeirinhos de escolas municipais da zona rural localizadas no Rio Negro, em Manaus (AM). Com o calendário diferenciado devido à seca da região amazônica, as aulas iniciam em janeiro e encerram em outubro, quando os rios estão no ápice da estiagem.

Rotta destacou que os alunos da zona rural — povos tradicionais que habitam as margens dos rios — não sofrem qualquer prejuízo com o calendário distinto, já que os dias obrigatórios de aula são ministrados.

Prefeito em exercício visita alunos em sala de aula (Divulgação/Prefeitura de Manaus)

Manaus é uma cidade atípica sobre todas as óticas, sobretudo, essa questão da subida e descida dos rios. Temos um calendário diferenciado. Hoje, nós estamos antecipando o calendário em comparação com a cidade exatamente por conta disso. Serão 200 dias que serão ministrados, da aula, não há nenhum tipo de prejuízo aos nossos alunos da rede pública da área ribeirinha da cidade de Manaus“, lembrou.

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A cerimônia de abertura ocorreu na Escola Municipal Paulo César Nonato, na Comunidade Nova Esperança, a cerca de duas horas de distância da capital amazonense. A unidade de ensino, que recebe alunos da educação infantil ao 9° ano do ensino fundamental, foi inaugurada no ano passado, após uma espera de 23 anos dos comunitários.

Prefeitura realiza abertura do ano letivo 2024 das escolas da zona rural de Manaus (Antônio Pereira/Casa Civil)

A diretora da unidade de ensino, Luciana Mendes, comemorou a conquista dos alunos da Comunidade Nova Esperança de terem, agora, uma escola com infraestrutura de qualidade e falou sobre as expectativas para o ano letivo que se inicia.

Eu espero que esse ano seja maravilhoso, porque quando nós tínhamos uma escola ruim, com infraestrutura ruim, a gente já conseguia fazer um bom trabalho, nós desenvolvíamos projetos na escola, imagine agora, com toda essa estrutura, escola climatizada, escola organizada. Então, tem tudo para ser um ano letivo maravilhoso e as nossas crianças brilharem“, celebrou.

Luciana Mendes é diretora da Escola Municipal Paulo César Nonato (Marcela Leiros/Revista Cenarium Amazônia)
Desafios

Trabalhando há três anos na escola, a professora Maria do Socorro Coutinho espera que a estiagem, neste ano, não prejudique os alunos como ano passado, quando a Prefeitura de Manaus precisou encerrar o ano, antecipadamente, devido ao nível do Rio Negro, que atingiu a menor cota da história, de 12,70 metros. As aulas encerrariam no dia 17 de outubro, mas a data foi antecipada para o dia 4 do mesmo mês.

Eu espero que, se Deus quiser, não enfrentemos uma próxima seca tanto quanto a que foi ano passado. Claro que aqui há a subida e descida das águas, por isso que o calendário é diferente, começamos em janeiro, mas espero que dê tudo certo, que novas conquistam venham. A escola é nova, esse ano já começamos com a escola nova“, contou a educadora.

Socorro Coutinho leciona na Escola Municipal Paulo César Nonato há três anos (Marcela Leiros/Revista Cenarium Amazônia)

A Escola Municipal Paulo César Nonato também recebe alunos indígenas, como a estudante Lia Paulino, 14 anos, da etnia Karapanã. Ela lembrou que a escola anterior tinha condições precárias, por ser improvisada, e celebrou as novas condições estruturais oferecidas na nova unidade de ensino.

As salas são muito melhores, porque lá era muito quente, agora, nós temos ar-condicionado. O ensino também dos professores… Acredito que todos estão muito felizes com a nossa nova escola“, concluiu.

A estudante indígena Lia Paulino comemorou a nova estrutura da escola (Marcela Leiros/Revista Cenarium Amazônia)
Leia mais: Povos indígenas cobram mais poder de decisão na COP28
Editado por Jefferson Ramos
Revisado por Adriana Gonzaga
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