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Preservação, economia e povos indígenas: eleitores da Amazônia falam sobre desafios e expectativas para o segundo turno
A jornalista Ana Florêncio, de Roraima; a escritora indígena Lucia Morais Tucuju, do Amapá; e a estudante Glenda Barros Moura, de Tocantins. (Arte: Mateus Moura)
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28 de outubro de 2022
Marcela Leiros – Da Revista Cenarium
MANAUS – A dois dias da eleição que vai eleger o próximo presidente da República, e no caso de alguns Estados, um governador, eleitores da Amazônia aguardam com expectativa os resultados das urnas no próximo domingo, 2. Proteção da floresta, respeito ao direito de povos originários e desenvolvimento de uma economia sustentável são desafios que habitantes da floresta amazônica acreditam que os governantes vão enfrentar.
Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disputam o cargo de chefe do Executivo nacional. Na Amazônia Legal, Amazonas e Rondônia são os únicos que realizarão o segundo turno. Fazem parte da região amazônica, além dos já citados, Amapá, Tocantins, Acre, Roraima, Pará. Mato Grosso, na região Centro-Oeste, e Maranhão, na região Nordeste, também integram a região, mesmo que formados, apenas parcialmente, pelo bioma amazônico.
A REVISTA CENARIUM perguntou, de cidadãos da Amazônia, quais os desafios que os próximos governantes enfrentarão, no tocante à gestão da região que concentra a maior biodiversidade do planeta, assim como quais são as expectativas para esses governantes.
A jornalista Ana Florêncio, de Roraima, pontuou que a preservação da floresta amazônica e o desenvolvimento de uma economia sustentável são fatores imprescindíveis para o próximo governantes. Ela destacou, ainda, a proteção dos direitos de povos originários, como os indígenas.
“Espero, como amazônida, que o presidente [da República] eleito olhe para a nossa região de forma atenciosa, respeitando os povos originários, a diversidade não só dos biomas, mas de todos os seres. Que seja um governante que fortaleça uma economia sustentável e não predatória e poluente, como está acontecendo”.
Preservação da floresta
No Tocantins, a universitária Glenda Barros Moura afirmou que vê com preocupação o que os tocantinenses veem como prioridade. Ela destaca que falta o reconhecimento de identidade como povo da Amazônia, e que muitos discutem sobre em quem vão votar, mas poucas vezes as opções são em candidatos preocupados com a agenda ambiental.
“Quando se fala de proposta aqui, todo mundo pensa em pecuária, plantações de soja, milho, essas coisas”, disse. “Então, acho que um grande desafio para o futuro presidente e os políticos eleitos pelo Tocantins é construir uma identidade para o nosso Estado que esteja mais vinculado com a Região Norte, trazer um sentido de pertencimento, para que as pessoas daqui percebam que a Amazônia somos nós e que temos que defendê-la”.
A escritora indígena Lucia Morais Tucuju, do povo Galibi Marworno, do Amapá, defende que os próximos governantes precisam ter um “olhar diferenciado” para a Amazônia, nos quesitos sociais quanto na preservação ambiental.
“Esperamos que o próximo governo tenha um olhar diferenciado para a Amazônia, tanto na questão da saúde quanto na educação, pilares fundamentais para que um ser humano possa viver decente. Espera-se ainda que cuide da natureza, proporcione oportunidades para os indígenas, caboclos, ribeirinhos. Tratamento humanizado com políticas públicas de inclusão social para o povo brasileiro e trabalhadores“, pontuou.
Desafios históricos
O músico amazonense Emerson Monteiro destacou que o Estado tem desafios históricos, quase antagônicos, que devem ser enfrentados: a infraestrutura e a preservação da floresta.
“É algo que eu percebo diretamente no meu Estado, o Amazonas, ainda temos poucos hospitais no interior, poucas obras importantes, além de um forte isolamento geográfico. De outro lado, existe a necessidade da preservação da floresta. Não se pode simplesmente desmatar em nome de um suposto desenvolvimento, o que há de acontecer na Amazônia precisa ser feito com cautela, com estudo, com cuidado para não causar mais desmatamento e combater os crimes ambientais que já estão acontecendo”, detalhou.
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