Primeira-dama, Janja ignora tradição do vestido na posse e se aproxima mais de Lula

Primeira-dama, Janja (Ricardo Stuckert/Reprodução)
Da Revista Cenarium*

MANAUS – Saindo dos seus habituais tênis, calça jeans e camiseta com estampa militante, Rosângela da Silva, a Janja, nova primeira-dama, foi à cerimônia de posse do presidente eleito Lula, do PT, vestindo peças, digamos, mais elegantes. O evento acontece neste domingo, 1º, em Brasília.

De cor champanhe, o conjunto usado pela socióloga é assinado pela estilista gaúcha Helô Rocha, a mesma que desenhou seu vestido de noiva. O bordado também repete as mãos do look do casório, das rendeiras de Timbaúba do Batista, no Rio Grande do Norte.

pessoas em carro de desfile
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, acompanhado da primeira dama Janja da Silva, do vice presidente Geraldo Alckmin e de sua esposa Lu Alckmin, acenam para o público durante o desfile em carro aberto da posse, que se inicia na Catedral Metropolitana de Brasília e vai até o Congresso Nacional – Pedro Ladeira/Folhapress

Marcando a oficialização do título de primeira-dama —termo que faz Janja torcer o nariz—, a roupa traz uma silhueta demarcada, com blazer e colete que exibem delicados desenhos de plantas e flores bordadas. A calça, de estilo pantalona, é lisa e de cintura alta. Os tecidos foram tingidos naturalmente, com cajú e ruibarbo.

O visual escolhido pela primeira-dama vai na direção de suas afirmações recentes sobre a moda, o setor têxtil brasileiro e o papel da esposa do presidente.

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Como exigência para o look da posse, a socióloga estabeleceu como objetivo enaltecer a moda nacional, o que já vem fazendo há algum tempo. Do seu guarda-roupa já brotaram, por exemplo, roupas das paulistanas Neriage e Misci.

Em entrevista à revista Vogue, Janja disse que não é por ser casada com o chefe de Estado que precisa usar um “vestido abaixo do joelho, careta” e fez piadas com o que chamou de “democracia do tênis”, item que, embora esteja com frequência em seus pés, ficou de fora desta vez —provavelmente, em razão do tom refinado do evento.

Os sapatos escolhidos pela socióloga foram saltos brancos, com leves aberturas e detalhes. Lembram bastante os que calçou no seu casamento.

Janja ignorou a tradição cultural do vestido, ou saia, como forma de rebater estereótipos sobre feminilidade, trazendo originalidade no uso da calça.

A escolha pelo blazer, por sua vez, não é pioneira na história das primeiras-damas. Ainda assim, soa estratégica no corpo de Janja, já que é de seu desejo se mostrar ativa na política do país —e a peça lhe aproxima do visual de Lula.

O presidente eleito vestiu uma roupa que chama a atenção por um pequeno detalhe, carregado de simbolismo partidário. A gravata usada pelo petista é da cor azul, enquanto a de seu vice, Geraldo Alckmin, do PSB, é vermelha.

As cores se destacam pelo histórico dos políticos. Isso porque enquanto o PT é representado pela cor vermelha, o azul é associado ao PSDB, partido no qual Alckmin esteve na maior parte de sua carreira.

O simbolismo cromático aponta para a promessa de união que Lula fez ao Brasil, país que nos últimos anos se afundou em polarização política.

Ao contrário de Janja, a esposa de Alckmin, Lu, optou por um vestido de caráter mais tradicional. Todo branco e de recorte abaixo dos joelhos, a roupa traz elegância principalmente nas mangas, longas, soltas e de pele sutilmente à mostra.

(*) Com informações da Folhapress

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