Primeira Páscoa após flexibilização das medidas restritivas pode render R$ 58 milhões à Economia do Amazonas

Ívina Garcia – Da Revista Cenarium

MANAUS – Na primeira Páscoa após a flexibilização das medidas restritivas, marcada pela desobrigação total do uso de máscaras e a volta dos eventos, as prateleiras de ovos e caixas de chocolates voltaram a encher nos supermercados e microempresas já fecharam suas encomendas.

Há poucas semanas da Páscoa, o comércio já está preparado para o que é considerado o terceiro feriado mais lucrativo do ano. E em 2022 os ganhos podem ser maiores porque, de acordo com a Câmara de Dirigentes Lojistas de Manaus (CDL Manaus), o consumidor manauara deve comprar 6% a mais que no ano passado.

A economista, consultora e professora, Denise Kassama, avalia o momento como promissor. Ela lembra que nos últimos dois anos o cenário nesse período era outro. “Cabe lembrar que nesse mesmo período, no ano passado, a gente vivia um momento muito difícil da pandemia, onde havia um nível alto de desemprego e uma baixa expectativa por conta das atividades não estarem funcionando. Então, estamos em um cenário bastante diferente do que vivemos nos últimos dois anos”.

A pesquisa da CDL, onde foram ouvidas 803 pessoas entre 18 e 25 anos, indica que a média de compra é de R$ 150,00 e a expectativa é que a data injete R$ 58 milhões no comércio manauara. A preferência por ovos de chocolate diminuiu, em 2022, em comparação com o ano passado, que representava a preferência de 68,9% dos entrevistados. Já em 2022, as caixas de bombom estão à frente, com 68,4% da preferência.

Com tantas opções de locais de compra, tipos de chocolate e preços, a economista alerta para a decisão, na hora da compra, e indica fazer pesquisas antes de decidir em definitivo. “Mesmo assim é sempre bom alertar ser importante o consumidor fazer pesquisa de preços, porque nessa época você encontra diferença entre os mesmos produtos. Estamos voltando de um processo de recuperação econômica e estamos com uma inflação alta, então, toda prudência é importante”, indica.

Período de ganhos

“Meu ano começa após a Páscoa”, é o que afirma Mayara Leão, fundadora da Bendoces, criada em 2017. Assim como muitos empreendimentos, surgiu após a necessidade de uma renda extra. No caso de Mayara, ela conta que criou a empresa após o nascimento do primeiro filho, em 2016. Após se inscrever no curso “Semana do Brigadeiro Gourmet”, a empreendedora testou as receitas no primeiro “mesversário” do Ben, seu filho.

Ela conta que a primeira experiência não foi muito agradável. “O primeiro teste não deu certo, o doce ficou muito duro e quebrou o aparelho do meu cunhado; é até engraçado contar, hoje, mas foi muito importante para me ensinar a não desistir fácil”.

Trabalhando como assistente financeira, Mayara continuou tentando e passou a vender os doces no horário de almoço, no escritório onde trabalhava. “Foi um sucesso. Meus colegas de trabalho amaram e quando eu não levava reclamavam. A partir daí foram surgindo as primeiras encomendas e, em poucos meses, eu percebi que o meu extra poderia se tornar a minha principal fonte de renda”.

Depois de ser demitida, em 2017, Mayara passou a tocar o Bendoces, de onde tira seu sustento até hoje. “Eu sempre falo que quando o Ben nasceu o amor dele despertou em mim um dom de adoçar vidas. Pois, acredito que fazer doces é uma arte, um dom”.

Seguindo as expectativas da CDL, Mayara diz ter percebido uma mudança na procura dos clientes. “Em vez de encomendar ovos de colher, alguns clientes estão optando por comprar caixa de brigadeiros”. Ela conta que uma das mudanças para este ano, além da qualidade, foi na personalidade do produto. “Esse ano, mandei fazer sacola personalizada e cartão de Páscoa, assim ofereço o presente completo”.