Primeiro semestre de 2021 registra 80% do número de casos de escravo contemporâneo do ano passado

Alojamento em fazenda em Vila Valério, no Espírito Santo: trabalhadores viviam em condições precárias (Gabriela Fardin/TV Gazeta)

Com informações do Infoglobo

SÃO PAULO (SP) – O desemprego e a fome que afligem o País têm feito crescer o trabalho escravo contemporâneo. De janeiro a junho deste ano, o Ministério Público do Trabalho (MPT) contabilizou 772 trabalhadores resgatados em situação análoga à escravidão no Brasil. Italvar Medina, procurador do Ministério Público do Trabalho e vice-presidente da Comissão Nacional de Erradicação do Trabalho Escravo, estima que o número deve passar de 800 já em agosto. Em todo o ano passado, 942 trabalhadores foram resgatados, segundo o MPT. Isso significa que só no primeiro semestre foram registrados o equivalente a 80% dos casos de todo o ano passado.

A evasão escolar, o aumento do desemprego e a falta de renda, devido à pandemia, também preocupa as autoridades. No início deste mês, no município de Ibirim, em Pernambuco, 13 adolescentes com idades entre 13 e 17 anos foram resgatados de trabalho escravo na colheita de tomate, ao lado de seis adultos. Outros 68 trabalhadores trabalhavam sem registro em carteira, em total informalidade. Numa fiscalização em fazendas de café no Sul de Minas, em julho passado, uma adolescente, de 16 anos, estava entre 63 trabalhadores vítimas de tráfico de pessoas e trabalho escravo.

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“Qualquer geração de aumento de pobreza e vulnerabilidade social impacta no trabalho forçado, no trabalho escravo. Abre espaço para a submissão e também para o trabalho infantil”, diz Romulo Machado e Silva, subsecretário de Inspeção do Trabalho, da Secretaria do Trabalho, do Ministério do Trabalho e Previdência.

Os avanços no agronegócio e na exploração mineral ainda não foram suficientes para melhorar a situação no campo, que concentra casos de trabalho análogo à escravidão deste ano. Este ano foram resgatados, por exemplo, 25 trabalhadores em plantação de soja e 123 fazendas de cana de açúcar nos Estados do Mato Grosso do Sul, São Paulo e Minas Gerais.

Em Boca do Acre (AM), 14 homens foram localizados trabalhando em condições subumanas num desmatamento ilegal para formação de pasto. Em Sertânia (PE), um trabalhador vivia numa barraca de lona numa pedreira, onde fazia extração de pedras e corte manual de paralelepípedos.

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