Psicólogo afirma que contato com a natureza é um antidepressivo natural

Vista da torre do Musa, em Manaus, Amazonas (Ricardo Oliveira/Rede Cenarium)
Da Revista Cenarium*

MANAUS – Ainda pouco conhecido do outro lado do planeta, o banho de floresta (“shinrin-yoku”) é uma terapia que foi introduzida no serviço de saúde pública do Japão desde a década de 1980. No Brasil, o psicólogo Marco Aurélio Carvalho, diretor do Instituto Brasileiro de Ecopsicologia, foi o guia do primeiro banho de floresta realizado no país.

Em 2021, o instituto firmou um convênio com a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) para pesquisar o papel dessa terapia em biomas como a mata atlântica e a floresta amazônica.

A prática é simples —caminhar em meio à natureza e contemplá-la—, mas os benefícios se mostram grandes em estudos das últimas quatro décadas.

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Árvore de grande porte vista de baixo para cima
Jatobá em área da floresta amazônica em Altamira, no Pará; bioma é um dos estudados por psicólogos para entender benefícios da natureza à saúde – Lalo de Almeida – 26.ago.2019/Folhapress

“Quanto mais o tempo passa, mais vai ficando claro que a natureza, a floresta, mesmo que uma só árvore, já provoca um efeito restaurador muito importante no organismo”, diz Carvalho.

“Uma pesquisa da Universidade Stanford revelou que as árvores têm efeitos sobre o nosso cérebro, inclusive em regiões associadas à depressão. Ou seja, o contato com árvores é um antidepressivo”, destaca.

O psicólogo faz parte também da Rede Saúde e Natureza Brasil, que elaborou um manifesto para que o poder público reconheça a correlação entre essas duas áreas e gere políticas públicas para promovê-las. Para Carvalho, o SUS (Sistema Único de Saúde) deveria adotar, assim como fez o Japão, o banho de floresta entre as suas terapias.

Retrato de homem em uma área com árvores ao fundo
Marco Aurélio Bilibio Carvalho Psicólogo clínico, diretor do Instituto Brasileiro de Ecopsicologia, que estuda os benefícios de ‘banhos’ de floresta – Divulgação

Outra falta nos tempos atuais é a de espaços para que lidemos com a ansiedade gerada pelas mudanças climáticas, a chamada ecoansiedade. Ou, no outro extremo, com a negação dessa realidade.

“Nós percebemos que a informação as pessoas têm, mas a assimilação da informação, não. A informação vai para uma dimensão abaixo da consciência. A gente chama isso de negação ou deflexão”, explica.

“E quanto mais essa realidade é negada, mais enfraquecida fica a força política necessária para pressionar as autoridades a fazerem o que têm que fazer”, completa.

(*) Leia a matéria completa no site da Folha de S.Paulo

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