Queda de avião chinês com 132 passageiros em março foi intencional, diz jornal

Equipes de resgate trabalham em Wuzhou, onde um avião Boeing 737-800 da China Eastern Airlines que voava de Kunming para Cantão caiu em março de 2022 Foto: Carlos Garcia Rawlins / Reuters / 24-3-2022
Com informações do Infoglobo

WASHINGTON — Informações de voo contidas em uma caixa-preta recuperada do jato da China Eastern Airlines, que caiu em março com 132 pessoas a bordo, indicam que alguém na cabine de comando derrubou o avião intencionalmente, segundo informou o Wall Street Journal nessa terça-feira, 17, citando pessoas familiarizadas com a avaliação preliminar feita por autoridades dos EUA.

“O avião fez o que alguém na cabine o disse para fazer”, disse ao jornal uma das fontes.

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Para corroborar a avaliação, a fonte também citou que as autoridades chinesas à frente da investigação ainda não sinalizaram nenhum problema mecânico ou de controle de voo. Além disso, o modelo é considerado um carro-chefe da indústria de aviação global e faz parte de uma família de aeronaves Boeing que possuem um dos melhores registros de segurança em voos comerciais.

Uma autoridade disse à Reuters que o foco está nas ações da tripulação depois que a investigação preliminar não encontrou nenhuma indicação de mau funcionamento técnico. Há também, segundo o Wall Street Journal, a possibilidade de que outra pessoa no avião possa ter invadido a cabine e causado deliberadamente a queda, disseram as fontes ouvidas pelo jornal. A possibilidade, porém, não é plausível, segundo a companhia aérea, que citaram autoridades chinesas que disseram que nenhum código de emergência havia sido enviado da aeronave antes do acidente.

Todos os 123 passageiros e nove tripulantes a bordo morreram na ocasião, marcando o desastre aéreo mais mortal da China continental em 28 anos. A Boeing, fabricante do jato, e o Conselho Nacional de Segurança em Transportes dos EUA (NTSB, na sigla em inglês) se recusaram a comentar e encaminharam perguntas aos reguladores chineses.

Em março, o Boeing 737-800, que tinha partido de Kunming e estava a caminho de Cantão, caiu nas montanhas de Guangxi, após uma queda repentina durante a fase de cruzeiro de voo. Os pilotos não responderam às repetidas ligações de controladores de tráfego aéreo ou de aviões próximos durante a rápida descida, de acordo com autoridades.

Segundo o Wall Street Journal, a China Eastern Airlines disse, em comunicado, que não surgiram evidências que pudessem determinar se houve ou não problemas com a aeronave do acidente.

“Qualquer especulação não oficial pode interferir na investigação do acidente e afetar o progresso real da indústria global de transporte aéreo”, disse a companhia aérea.

A Embaixada da China em Washington ainda não respondeu a um pedido de comentário.

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Em meados de abril, a China Eastern retomou o uso dos aviões Boeing 737-800. Em um resumo de seu relatório preliminar do acidente no mês passado, os reguladores chineses não apontaram nenhuma recomendação técnica sobre o modelo, que está em serviço desde 1997 com um forte histórico de segurança, segundo especialistas.

A presidente do NTSB, Jennifer Homendy, disse em uma entrevista à Reuters, em 10 de maio, que os investigadores do conselho e a Boeing viajaram para a China para ajudar na investigação. Segundo ela, até o momento não foi encontrado nenhum problema de segurança que exigisse ações urgentes.

Homendy disse que, se o conselho tiver alguma preocupação com a segurança, “emitirá recomendações urgentes de segurança”. O NTSB também auxiliou os investigadores chineses na revisão do gravador de dados de voo e do gravador de voz da cabine em seu laboratório nos EUA em Washington.

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