Queda de juros pode ajudar desenvolvimento sustentável, afirma Fiepa

O presidente da Fiepa, Alex Carvalho (Mayara Subtil/Revista Cenarium Amazônia)
Mayara Subtil – Da Revista Cenarium Amazônia

SÃO PAULO (SP) – O presidente da Federação das Indústrias do Estado do Pará (Fiepa), Alex Carvalho, disse na quinta-feira, 28, à REVISTA CENARIUM AMAZÔNIA, que considerou positiva a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC), em reduzir a taxa básica de juros (Selic) em 0,50 ponto percentual. Na semana passada, todos os diretores votaram pela redução. A expectativa é de que sejam realizados novos cortes nas futuras reuniões, à medida que o cenário de controle da inflação continue.

Na avaliação do líder da federação das indústrias paraenses, a decisão do Banco Central freia possíveis prejuízos adicionais ao mercado de crédito, além da atividade econômica da região, sobretudo, quando se trata de desenvolvimento sustentável.

Traz acesso a crédito, a financiamento e dá oportunidade a um incremento da produção. Prefiro entender e quero crer que, ao reduzir taxa de juros, você traz ao empreendedor (benefícios). Quem sabe esse movimento anticíclico possa criar mais empregos, possa trazer de volta o desenvolvimento sustentável que o Pará ainda anseia estar, mas que o Brasil e o mundo já sabem que é o pensamento e a necessidade do futuro”, disse.

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A taxa Selic, principal instrumento de política monetária utilizado pelo Banco Central para controlar a inflação, baixou de 13,25% ao ano para 12,75% ao ano. Este foi o segundo corte seguido na taxa básica de juros, que começou a recuar em agosto deste ano. Em 12,75%, a taxa chegou ao menor patamar dos últimos 16 meses.

O índice reflete em todas as taxas de juros do Brasil, como empréstimos, financiamentos e aplicações. Quando a inflação está alta, o BC eleva a Selic para controlar a inflação, mas ao mesmo tempo encarece a oferta de crédito.

Já quando as estimativas para a inflação estão em linha com a meta de inflação, o BC tem a opção de reduzir a Selic. Para definir a taxa básica de juros e tentar conter a alta dos preços, o BC já mira, neste momento, na meta do ano que vem e no objetivo, em 12 meses, ao início de 2025.

Na prática, quando o juro fica elevado, é mais lucrativo investir o dinheiro no mercado financeiro, ganhando retorno com os juros do que investir na produção ou varejo. Neste caso, o capital deixa de ser produtivo e vira especulativo.

Apesar da redução na Selic, realizada no mês de agosto, a taxa de juros real – a que leva em consideração os efeitos da inflação – está em 8,8% ao ano. Ou seja, são 4,3 pontos percentuais acima da taxa de juros neutra – a que não estimula, nem desestimula a atividade econômica. Isso significa que a Selic seguia em um patamar excessivo para o cenário de inflação corrente, bem como à perspectiva de inflação futura.

Leia mais: Lula volta a criticar juros altos e mira em presidente do Banco Central
Editado por Jefferson Ramos
Revisado por Adriana Gonzaga
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