Queiroga quer fechar novo contrato com Pfizer antes de ir à CPI para reduzir pressões

Aziz deu a declaração pouco antes do início do depoimento do presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres (Tony Winston/MS)

Com informações do jornal O Gobo

BRASÍLIA — Equipes do Ministério da Saúde se apressam em acertar os ajustes finais do novo contrato para compra de vacinas da farmacêutica Pfizer antes da ida do ministro Marcelo Queiroga à CPI da Pandemia no Senado, prevista para quinta-feira. A ideia de Queiroga é ter realizações do governo para mostrar, na tentativa de reduzir as pressões dos senadores na comissão, que tem maioria de oposição.

Segundo relatos feitos ao GLOBO, apenas questões burocráticas estão pendentes para a aquisição de novas 100 milhões de doses da Pfizer, mas técnicos do governo consideram difícil oficializar a contratação antes de Queiroga se sentar em frente aos senadores.

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Pelos termos negociados até agora, o novo contrato com a Pfizer irá prever entregas de outubro a dezembro. O cronograma adicional de 100 milhões de doses ainda em 2021 seria um trunfo para Queiroga perante a CPI. O país  teria no total 200 milhões de doses do laboratório farmacêutico neste ano, já que um primeiro contrato, com 100 milhões de doses, foi fechado em março.

O valor da dose, nesta segunda compra, deve ficar em US$ 12 — 20% mais caro que na primeira aquisição, em que custou US$ 10. Com pequenas alterações em relação a preços e prazos, o contrato em negociação não difere muito do primeiro, de acordo com pessoas com acesso às negociações. Por isso há uma expectativa de que seja fechado em breve, no máximo até semana que vem.

Subordinados do ministro apontam como algumas poucas pendências as medidas burocráticas ligadas ao orçamento, como encaminhamento para empenho de recursos a fim de honrar o contrato. O dinheiro estaria garantido, afirmam integrantes da equipe de Queiroga. 

Desde que assumiu a pasta, o ministro tem centrado seus discursos em obtenção de vacinas para o Brasil. Ele assumiu o posto prometendo atingir meta de um milhão de vacinados por dia no país, alcançada há cerca de um mês. Além disso, Queiroga vem afirmando que o país tenta outras negociações de vacinas, mas diz não poder dar detalhes por enquanto.

Na última segunda-feira, ele afirmou que o novo contrato com a Pfizer está na “iminência” de ser fechado, mas não quis cravar uma data. A assessoria da pasta informou ao GLOBO que a intenção seria finalizar em no máximo 15 dias, mas com esforços para concretizar o negócio ainda nesta semana.

A proximidade do depoimento de Queiroga na CPI, no entanto, fez a equipe se apressar nos últimos dias. O ministro, antes mesmo de ser nomeado, já costumava circular no meio político em Brasília, com participações inclusive em eventos e debates no Congresso como médico.

Com essa experiência nas rodas políticas, a previsão é de que o ministro consiga responder adequadamente aos questionamentos mais provocativos, sobretudo porque está no cargo há pouco tempo, o que levaria a cobranças menos duras. Apesar de não contrariar o presidente Jair Bolsonaro frontalmente no que diz respeito a tratamento precoce e isolamento social, Queiroga é defensor de uso de máscara, de vacinação e medidas com base em “evidências científicas”.

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