Racha no MDB: pré-candidatura de Simone Tebet gera ‘queda de braço’ entre alas do partido

O presidente da legenda disse que a candidatura de Tebet conta com apoio de 90% da cúpula (Foto: Cristiano Mariz/Agência O Globo/08/12/2021)
Com informações de O Globo

RIO e BRASÍLIA — Em uma prévia das divisões internas no caminho da convenção nacional do MDB, prevista para julho, lideranças favoráveis e contrárias à homologação da senadora Simone Tebet (MS) como pré-candidata à Presidência mediram forças, nessa terça-feira, 12, após um jantar com o ex-presidente Lula (PT).

Alguns caciques regionais que conversaram com o petista, como o senador Renan Calheiros (AL) e o ex-presidente do Senado Eunício Oliveira (CE), sinalizaram que podem tentar derrubar a candidatura de Tebet na convenção partidária. Em reação, dirigentes de Estados como Minas Gerais, Paraná e Goiás endossaram publicamente o nome da senadora.

As convenções, que ocorrerão entre 20 de julho e 5 de agosto, são a etapa na qual os partidos oficializam seus candidatos. No caso do MDB, o estatuto da legenda prevê uma votação secreta, por maioria simples, com peso mais elevado para os Estados com as maiores bancadas na Câmara e lideranças que acumularam cargos eletivos ou na máquina partidária ao longo de sua trajetória política.

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O formato tende a diluir a influência dos caciques de quatro Estados do Nordeste — Alagoas, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte — que já sinalizam abertamente priorizar Lula. Líderes desses Estados encontraram o petista nessa segunda-feira, 11, em Brasília, na residência de Eunício. O ex-presidente também já colheu apoios de emedebistas no Piauí, na Bahia e no Pará.

‘Suicídio político’ do MDB

Eunício diz que o partido não repetirá o “suicídio político”, como classifica a candidatura, em 2018, do ex-ministro Henrique Meirelles à Presidência. Meirelles terminou a disputa com 1,2% dos votos válidos, numa eleição que reduziu as bancadas do MDB na Câmara e no Senado. Embora fosse criticado abertamente por lideranças, como Renan, que hoje também marcam posição contra Tebet, Meirelles conseguiu 85% dos votos na convenção do partido que homologou sua candidatura.

“Se (Tebet) não for uma candidatura viável, não tenho dúvida de que os diretórios vão derrubar na convenção”, afirmou Eunício. No jantar da terça-feira, 12, Renan adotou a mesma linha: “quem vai decidir o que o MDB vai fazer não é o presidente do partido nem um senador. Quem vai decidir o que o MDB vai fazer é a convenção”.

Um dos articuladores da pré-candidatura de Tebet, o presidente nacional do MDB, Baleia Rossi (SP), incentivou nessa terça-feira, 12, uma contraofensiva ao movimento de fritura da senadora. Segundo uma liderança regional do partido relatou à reportagem, Baleia e aliados pediram manifestações públicas de apoio a Tebet. Ao menos sete diretórios estaduais seguiram o pedido. Em três desses Estados, Rio Grande do Sul, Acre e Tocantins, o MDB deve lançar candidatos a governo ou Senado, abrindo possíveis palanques à pré-candidata.

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