Rede pede cassação de deputado por declaração ofensiva a nordestinos

Deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO). (Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados)
Da Revista Cenarium Amazônia*

MANAUS – A Rede Sustentabilidade protocolou uma representação no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados contra o deputado Gustavo Gayer (PL-GO) por ele ter afirmado que a população nordestina perdeu “a capacidade de pensar”. O partido pede cassação do seu mandato por quebra de decoro parlamentar.

A declaração de Gayer foi feita durante entrevista ao podcast ComércioCast. No programa, ele disse que a população nordestina era “pobre, miserável, sem instrução e sem educação”.

Deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO) durante live nas redes sociais
Deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO) durante live nas redes sociais – Reprodução/Instagram/@gusgayer

“O plano da esquerda é colocar a população numa situação tão sub-humana, tão deprimente, tão degradável, que essas pessoas perdem até mesmo a capacidade de pensar por conta própria. Elas vão fazer qualquer coisa por uma migalha”, afirmou ainda.

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A representação argumenta que o parlamentar cometeu crime de racismo, que também inclui práticas de xenofobia.

“As declarações do representado configuram verdadeiro discurso de ódio, deixando claro o seu preconceito e discriminação para com os nordestinos, de modo a denotar certa inferioridade da coletividade dos eleitores nordestinos em relação aos eleitores de outras regiões do país”, diz o documento.

A denúncia é assinada pelo deputado Túlio Gadêlha (Rede-PE), líder do partido na Casa, e pela ex-senadora Heloísa Helena, porta-voz nacional da sigla. Procurado pela coluna, Gayer não se pronunciou sobre a denúncia e enviou, via assessoria de imprensa, uma receita de bolo.

Em junho deste ano, o parlamentar fez declarações consideradas racistas contra africanos.

A afirmação do parlamentar aconteceu durante participação no podcast “Três Irmãos’, após o apresentador, Rodrigo Arantes, dizer que existem macacos com QI 90 enquanto na África o QI médio seria de 72.

“Aí você vai ver na África: quase todos os países lá são ditadores, quase tudo lá é ditadura. Democracia não prospera na África. Por quê? Para você ter democracia você tem de ter um mínimo de capacidade cognitiva para entender entre o bom e o ruim, entre o certo e o ruim”, respondeu o parlamentar.

Após repercussão, o deputado disse que sua fala foi tirada de contexto e que seu argumento era o de que o principal problema da África é a subnutrição, que influencia na capacidade cognitiva.

(*) Com informações da Folhapress

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