Rejeitado por instituições religiosas, Padre Kelmon tenta fundar igreja

Padre Kelmon e ao fundo a sede da diocese de Roraima. Ilustração: (Weslley Santos/ Cenarium)
Bianca Diniz – Especial para a Revista Cenarium*

A Diocese de Roraima publicou uma nota de esclarecimento envolvendo o Kelmon Luis da Silva Souza, conhecido como “Padre Kelmon”, na última terça-feira, 6. O documento foi assinado pelo Bispo da Diocese, Dom Evaristo Pascoal Splenger.

Kelmon, que foi ex-candidato à Presidência da República, quer lançar a pedra fundamental da Igreja Católica Apostólica Ortodoxa em Roraima no sábado, 6. A igreja será em uma área da chácara do Thomé, às margens da BR 174. O líder da instituição religiosa será o própio Padre Kelmon.

Além disso, no último domingo, 31, o que fez com que a Diocese emitisse a nota, o sacerdote celebrou uma missa de páscoa para imigrantes venezuelanos e indígenas no mesmo local onde pretende lançar a pedra fundamental da Igreja.

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Respaldo

De acordo a publicação, Kelmon Luís solicitou espaço na Igreja local para realizar celebrações de missas, convidando membros das comunidades católicas a participar. No entanto, como respaldo a essa situação, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), durante o período das Eleições de 2022, emitiu uma declaração enfatizando que Kelmon não detém o título de padre.

A nota de esclarecimento da CNBB a época destaca que “Padre Kelmon” não possui vínculo clerical com a Igreja Católica Apostólica Romana, não sendo reconhecido como sacerdote sob o magistério do Papa Francisco.

Sem Vínculo

Durante o mesmo período, a Igreja Síria Ortodoxa de Antioquia no Brasil também emitiu um comunicado, esclarecendo que não possui nenhum tipo de ligação com Kelmon. A instituição afirmou de forma categórica que “Padre Kelmon” não é afiliado à sua comunidade eclesiástica, não ocupando qualquer posição em suas paróquias, comunidades, missões ou projetos sociais.

A Igreja enfatizou que Kelmon nunca exerceu papel de seminarista ou membro do clero em nenhum dos três níveis da hierarquia eclesiástica (diácono, presbítero/padre e bispo), tanto no Brasil quanto em qualquer outro país. Também foi destacado que ele não possui vínculo como membro leigo ou clérigo de outras igrejas irmãs.

Dom Evaristo (Direita), emitiu comunicado sobre ‘padre Kelmon”, Reprodução/ Redes Sociais

Para Dom Evaristo, a figura de “Padre Kelmon” não é padre católico, portanto não pode presidir celebrações na Diocese. ”Os padres, Missionários e Missionárias e coordenadores/responsáveis pelas comunidades em nossa Diocese, não estão autorizados a receber padres desconhecidos para presidir celebrações, a não ser mediante autorização do bispo diocesano.” declarou.

Na visão de Dom Evaristo, a figura de “Padre Kelmon” não é reconhecida como um padre católico legítimo, o que o impede de presidir celebrações na Diocese. Ele ressaltou que os padres, missionários(as) e coordenadores(as) das comunidades locais não têm permissão para receber padres desconhecidos para liderar celebrações, a menos que haja autorização direta do bispo diocesano. Veja o documento da Diocese de Roraima:

Leia também: Padre Kelmon articula criação de grupo ultraconservador em RR
Edição: Hector Muniz
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