Padre Kelmon articula criação de grupo ultraconservador em RR

Da esquerda para a direita, Padre Kelmon (PTB) e o deputado federal Nicoletti (União Brasil) que irão chefiar a diretoria do 'Foro do Brasil' em Roraima (Divulgação/Assessoria)
Winicyus Gonçalves – Da Revista Cenarium Amazônia

BOA VISTA (RR) – O ex-candidato à presidência da República em 2022, padre Kelmon (PTB), conhecido durante as eleições como o “padre de festa junina”, articula a criação de diretoria para formação de um grupo político ultraconservador, intitulado “Foro do Brasil”, em Roraima. A criação do diretório será realizada na próxima sexta-feira, 25 de agosto, às 20h, no Plenário Valério Caldas de Magalhães, da Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR).

A figura pública retornou para Boa Vista, na última semana, após dois meses da primeira visita no Estado, com o interesse de dar continuidade às ações que pretende realizar no município. “Pensamos em fazer algo mais prático, aí nasceu o ‘Foro do Brasil’ e começamos a construir a agenda. A primeira ideia é multiplicar, criar as bases da organização, em todo o País, para que a mesma fala que acontece em Brasília seja ouvida lá no Sul, ou lá no Norte, em Roraima. Obviamente, de acordo com a realidade local, mas em um método só”, explica padre Kelmon.

O político e religioso ressalta que existem bases nos Estados do Paraná, Bahia e Minas Gerais. Após a reunião em Roraima, as próximas acontecerão no Rio de Janeiro, São Paulo, Ceará e Paraíba. “Nossa meta é que em todas as capitais, todos os Estados do Brasil, tenha o diretório do ‘Foro do Brasil’ para que nós possamos, de fato, ajudar a população a fazer política e não ficar naquela politicagem que não deixa com que a beleza da política e a ação política transformadora aconteça na vida do cidadão, na cidade e no Estado”, afirmou.

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Grupo que inclui padre Kelmon, o senador Magno Malta (da esquerda para a direita) e as deputadas federais Bia Kicis e Carla Zambelli (da esquerda para a direita) foi criado em junho (Reprodução/Redes Sociais)

A versão bolsonarista do grupo conta com líderes de direita e tem como membros outros apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, como as deputadas federais Bia Kicis (PL-DF) e Carla Zambelli (PL-SP) e o senador Magno Malta (PL-ES).

Projetos em Roraima

Além desse projeto, padre Kelmon tem interesse em permanecer em Roraima e angariar capital político no Estado, que é um dos que mais deu votos proporcionalmente ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nas últimas eleições, com 76,08%. “Roraima é um Estado onde os valores conservadores são muito fortes, e esse espírito irá contribuir muito para que o ‘Foro do Brasil’ tenha sucesso no objetivo de promover um grande debate junto à sociedade brasileira”, disse.

O religioso quer montar a primeira faculdade ortodoxa brasileira para dar assistência aos adolescentes e jovens que precisam dar continuidade aos estudos. Pretende também criar o primeiro seminário ortodoxo para formar padres, uma vez que sacerdotes da comunidade estariam vindo para o Estado mesmo sem ter o reconhecimento da Igreja Ortodoxa como padre. O beato quer dar início a projetos e ações socioassistenciais aos migrantes, principalmente, às mulheres grávidas e puérperas.

A diretoria regional do “Foro de São Paulo” em Roraima será dirigida pelo deputado federal Nicoletti (União Brasil-RR), apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro. “Além de ser um contraponto ao ‘Foro de São Paulo’, movimento de esquerda que prega o comunismo, o ‘Foro do Brasil’ foi criado com o objetivo de fortalecer os valores conservadores, ressaltando a importância, para a sociedade, das instituições religiosas, da família, da pátria, além de defender os princípios da liberdade, do livre mercado, da defesa da propriedade privada e da livre iniciativa”, acrescenta o deputado.

Histórico

O padre Kelmon, 46, entrou na disputa ao Planalto com a impugnação da candidatura do presidente nacional do PTB, o ex-deputado federal Roberto Jefferson. Ele foi o sétimo mais votado, com 81.129 votos (0,07%). Antes, Kelmon havia sido apresentado pela legenda como candidato a vice na chapa à Presidência.

Para os materiais de campanha e aparições públicas em agendas e debates, o partido e o padre ortodoxo optaram pelas vestes de sacerdote. Na foto que apareceu nas urnas, ele usou batina, touca e crucifixo. Apesar de ter se apresentado como padre e integrante da igreja Ortodoxa, a representação eclesial no Brasil não reconheceu a ordenação de Kelmon.

Kelmon se tornou conhecido no ano passado, depois de se tornar um dos nomes mais comentados nas redes sociais, durante e após o debate realizado pela TV Globo, em setembro de 2022. O padre travou embate com o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e teve de ser advertido por desrespeitar regras.

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