FAB fecha espaço aéreo sobre Terra Yanomami para combater garimpo ilegal

Bianca Diniz – Da Revista Cenarium

BOA VISTA (RR) – A Força Aérea Brasileira (FAB) anunciou que o espaço aéreo sobre o Território Indígena Yanomami, em Roraima, será fechado, novamente, em 6 de abril, e não em 6 de maio, como foi inicialmente informado. A decisão foi tomada em uma reunião entre os ministérios da Justiça e Segurança Pública e da Defesa, na última quinta-feira, 23.

Segundo o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, a decisão favorece o combate ao garimpo ilegal. “É importante para desestimular a questão do garimpo. Evidentemente que, nesses últimos dias, tem acontecido um, dois voos, no máximo. Então, nós vamos dar mais esse prazo para, a partir do dia 6 de abril, fechar completamente”, disse o ministro.

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, afirmou que houve uma redução significativa do garimpo ilegal, na região, e que voos liderados por garimpeiros foram reduzidos a, praticamente, zero em algumas situações. “Como há, ainda, duas ou três áreas em que as pessoas estão insistindo [em ficar], nessa nova fase vai haver o fechamento do corredor, no que se refere ao tráfego aéreo. E nós vamos, agora, já na próxima semana, intensificar prisões das pessoas que estão, infelizmente, descumprindo a lei e fazendo garimpo no território Yanomami”, declarou.

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Os ministros também anunciaram que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) vai realizar um censo no território Yanomami para identificar e coletar dados.

Garimpo ilegal

Um grupo favorável à atividade ilegal reforça o pedido para que garimpeiros que ainda permanecem na região saiam até o dia 5 de abril.  Antes da operação da tentativa de expulsão dos garimpeiros, a região registrava uma média de 30 a 40 voos diários. Segundo o “Movimento Garimpo é Legal”, cerca de mil garimpeiros continuam na Terra Indígena Yanomami (TIY).

Terra Indígena Yanomami (TIY)

A Terra Yanomami (TY), maior reserva indígena do País, tem sido fortemente afetada pela exploração ilegal de minérios, especialmente, pelo garimpo, que tem causado graves danos ambientais e impactos sociais na região.

Com cerca de 10 milhões de hectares, a área abriga inúmeras comunidades e, aproximadamente, 30 mil indígenas que têm sofrido com a violação de seus direitos e a disseminação de doenças como a Covid-19, por conta da atividade garimpeira.