Revista Veja ‘ressuscita’ dossiê fabricado sem provas contra prefeito de Manaus

Da Revista Cenarium

MANAUS (AM) – A Revista Veja requentou, na sexta-feira, 19, um dossiê já amplamente desmentido, que faz suposições sobre a ligação de autoridades com o crime organizado, e que surgiu, inicialmente, nas eleições de 2020, pleito vencido pelo prefeito David Almeida (Avante).

Esse dossiê apócrifo dessa vez foi entregue pelo deputado federal Amom Mandel (Cidadania) à Polícia Federal (PF), e que a revista diz ter tido acesso. Amom é tido como potencial candidato nas eleições deste ano e David Almeida é apontado pelas pesquisas de intenção de voto como favorito à reeleição.

O dossiê que voltou à mídia foi produzido nas dependências da Secretaria de Inteligência do Estado, a Seai, mas sem sequer a assinatura do responsável por sua confecção. Nele, o prefeito é citado, e as supostas investigações trazem um áudio do que seria uma ligação telefônica, onde uma pessoa se passa por David Almeida.

Laudo pericial realizado pela empresa Freenatworks Solutions, contratada pelo prefeito em 2022, quando o dossiê apócrifo ressurgiu em grupos de WhatsApp, na tentativa de atingir, politicamente, outra vez, David Almeida, atestou que a voz em questão é uma grosseira imitação.

Na época em que o dossiê foi elaborado, a Seai era dirigida pelo delegado Samir Freire, preso em 2021 sob acusação de interceptar, com uso de informações privilegiadas, um carregamento de ouro. Em 2022, investigações do Ministério Público resultaram na Operação Garimpo Urbano, que prendeu o então titular da Seai e outros policiais que usavam a estrutura da Secretaria de Inteligência para extorquir e praticar crimes.

Vale lembrar que o falso dossiê, entregue à PF por Amom, ressurge na imprensa logo após o deputado ter tido uma conduta autoritária contra policiais militares, ao ser abordado durante operação policial de rotina na Zona Leste de Manaus, em dezembro passado. Inconformado por ter sido parado pela PM em uma avenida, Amom deu voz de prisão aos policiais e ao comandante da operação. Todos foram parar na delegacia. Secretário de Segurança e entidade de classe dos policiais condenaram a postura do deputado.

Leia o laudo pericial na íntegra:

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Revisado por Adriana Gonzaga