Ricardo Saadi vai chefiar combate à corrupção; delegado foi exonerado por Bolsonaro

Especialista em lavagem de dinheiro, o futuro diretor da Dicor comandou o DRCI, departamento do Ministério da Justiça encarregado da recuperação de ativos e cooperação jurídica internacional (Reprodução)
Da Revista Cenarium*

BRASÍLIA – O delegado federal Ricardo Saadi comandará a Diretoria de Investigação e Combate ao Crime Organizado da Polícia Federal. Entre as áreas subordinadas à Dicor está a equipe encarregada de investigar políticos com prerrogativa de foro nos tribunais superiores.

Saadi chefiou a Superintendência da PF no Rio de Janeiro entre abril de 2018 e agosto de 2019. Foi exonerado do cargo em meio a suspeitas de interferência do presidente Jair Bolsonaro (PL), na corporação, para proteger familiares e aliados. O mandatário alegou “problemas de produtividade” na gestão Saadi para substituí-lo.

Especialista em lavagem de dinheiro, o futuro diretor da Dicor comandou o DRCI, departamento do Ministério da Justiça encarregado da recuperação de ativos e cooperação jurídica internacional. Ele foi nomeado para o posto no governo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).

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Os nomes foram anunciados nesta terça-feira, 20, pelo futuro ministro da Justiça e senador eleito, Flávio Dino (PSB-MA), e pelo delegado escolhido para comandar a PF, Andrei Rodrigues.

O delegado Andrei Rodrigues será o diretor-geral da Polícia Federal no Governo Lula (Pedro Ladeira/9.dez.22/Folhapress)

Sobre a escolha da equipe, Dino afirmou que ela foi feita “em consenso, a partir de critérios técnicos, a partir de diálogos entre mim e o delegado Andrei Rodrigues”.

“Nós compusemos uma nova direção para a Polícia Federal, estamos avançando na estruturação e modernização da Polícia Federal, inclusive, com a sua densidade”, disse. Ele disse que, a partir do dia 1° de janeiro, serão dados “novos passos para o fortalecimento da Polícia Federal”.

A nova cúpula da PF será composta também pelo delegado Rodrigo Morais Fernandes. Ele chefiará a Diretoria de Inteligência Policial (DIP).

Fernandes foi responsável pela primeira fase das investigações do atentado a Bolsonaro nas eleições de 2018. O policial concluiu que Adélio Bispo agiu sozinho.

Fernandes teve sua nomeação travada pela Casa Civil para ocupar um cargo de confiança na PF, segundo mostrou o painel. Ele tinha sido indicado pelo então diretor-geral da corporação, Paulo Gustavo Maiurino, para ocupar um posto na DIP. O tipo de cargo exigia que a documentação passasse pela Casa Civil, que não deu andamento.

No final do ano passado, Fernandes acabou sendo designado para trabalhar por dois anos, em força-tarefa, em Nova York, nos Estados Unidos.

Perguntado sobre a escolha de Fernandes, o futuro DG afirmou que ela não foi feita a partir de fatos isolados ou de questões pontuais, “mas de um histórico funcional de cada um dos servidores, da sua responsabilidade funcional, da sua conduta durante toda a sua trajetória e, óbvio, do conhecimento da matéria para a qual está sendo destinado”.

Para dar prosseguimento à apuração do crime cometido por Adélio, a PF escolheu um outro delegado (Martín Bottaro Purper), que busca desvendar se houve mandantes e financiadores.

A delegada Helena Rezende Mazzocco foi escolhida para a Corregedoria-Geral.

Secretário de Defesa Social de Pernambuco, o delegado Humberto Freire de Barros, vai comandar a Diretoria da Amazônia e Meio Ambiente.

Essa área é uma das apostas do novo governo, após a gestão Bolsonaro, acusada de desmantelar órgãos e sistemas de fiscalização ambiental.

(*) Com informações da Folhapress
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