Santarém, no Pará, fica coberta por fumaça pelo quarto dia seguido 


04 de novembro de 2023
Santarém, no Pará, fica coberta por fumaça pelo quarto dia seguido 
Nuvem de fumaça em Santarém, no Pará. (Divulgação/Agência Santarém)
Madson Sousa – Da Revista Cenarium Amazônia

BELÉM (PA) – A estiagem que afeta a região da Amazônia tem preocupado ambientalistas, sobretudo, com aumento das fumaças provocadas pelas queimadas oriundas do desmatamento ilegal. No Oeste do Pará, a cidade de Santarém amanheceu pelo quarto dia seguido encoberta por fumaça. Segundo dados do Instituto Nacional Espaciais (Inpe), foram 31.119 focos de incêndio registrados no Pará, o segundo pior mês de outubro em 25 anos.

A seca na região tem agravado a situação, já que a fumaça das queimadas também impede a formação de nuvens e, por consequência, atrasa ainda mais o início da estação chuvosa, que já vem sendo impactada pelos fenômenos climáticos El Niño e aquecimento do Oceano Atlântico, causando estiagem e seca severas.

Incêndio na Área de Preservação Ambiental (APA) Alter do Chão, no Pará. (Reprodução/Instagram)

Outro monitoramento, feito por meio de satélites do Programa Queimadas, do Inpe, também identificou focos de incêndios em regiões da área rural do município de Santarém: região do Lago Grande, rio Arapiuns e região da rodovia Santarém-Curuá-Una (PA 370). Os ministros das Cidades, Jader Filho, e da Integração, Waldez Góes, estarão em Santarém no dia 7 de novembro para debater sobre os impactos da seca na região e as medidas que serão adotadas pelo governo federal.

O governador do Amazonas, Wilson Lima, declarou que as fumaças que têm encoberto Manaus vêm do Pará. “O Estado do Pará também começa a sofrer da estiagem, uma seca histórica em que a gente tem esses problemas de desmatamento e queimadas”, declarou, em vídeo divulgado nas redes sociais.

Pelo menos 20 cidades do Pará estão em situação de emergência pela seca, reconhecidas pelo governo federal. São elas: Alenquer, Aveiro, Belterra, Curuá, Juruti, Mojuí dos Campos, Monte Alegre, Terra Santa, Óbidos, Oriximiná, Prainha, Rurópolis, Santarém, Almeirim, Faro, Jacareacanga, Pacajá, Itaituba, Porto de Moz e Bom Jesus do Tocantins.

Posicionamento

À reportagem, a Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará (Semas) informou que o Estado reduziu o desmatamento, e que em julho, agosto e setembro registrou o melhor trimestre do ano, com a queda de 56%.

A pasta disse, ainda, que o Pará enfrenta período de poucas chuvas e seca devido o El Niño. Os dados da secretaria apontam que as regiões com maiores registros de focos de calor em outubro foram Baixo Amazonas (3.157 focos) e o Sudoeste do Estado (2.992 focos).

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Impacto na saúde

A lista de problemas provocados pela inalação da fumaça das queimadas é grande. Os mais leves são dor e ardência na garganta, tosse seca, cansaço, falta de ar, dificuldade para respirar, dor de cabeça, rouquidão e lacrimejamento e vermelhidão nos olhos.

Os poluentes oriundos da fumaça, como monóxido e dióxido de carbono, quando inalados, se espalham pelo corpo por meio da corrente sanguínea, podendo causar uma série de malefícios. A longo prazo e a depender do tempo de exposição às substâncias tóxicas da fumaça, diversos órgãos podem ficar comprometidos, como os pulmões. Vasos sanguíneos e o sistema imunológico também sofrem com os efeitos da fumaça.

Edição: Marcela Leiros

Revisão: Gustavo Gilona

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