Santarém, no Pará, fica coberta por fumaça pelo quarto dia seguido 

Nuvem de fumaça em Santarém, no Pará. (Divulgação/Agência Santarém)
Madson Sousa – Da Revista Cenarium Amazônia

BELÉM (PA) – A estiagem que afeta a região da Amazônia tem preocupado ambientalistas, sobretudo, com aumento das fumaças provocadas pelas queimadas oriundas do desmatamento ilegal. No Oeste do Pará, a cidade de Santarém amanheceu pelo quarto dia seguido encoberta por fumaça. Segundo dados do Instituto Nacional Espaciais (Inpe), foram 31.119 focos de incêndio registrados no Pará, o segundo pior mês de outubro em 25 anos.

A seca na região tem agravado a situação, já que a fumaça das queimadas também impede a formação de nuvens e, por consequência, atrasa ainda mais o início da estação chuvosa, que já vem sendo impactada pelos fenômenos climáticos El Niño e aquecimento do Oceano Atlântico, causando estiagem e seca severas.

Incêndio na Área de Preservação Ambiental (APA) Alter do Chão, no Pará. (Reprodução/Instagram)

Outro monitoramento, feito por meio de satélites do Programa Queimadas, do Inpe, também identificou focos de incêndios em regiões da área rural do município de Santarém: região do Lago Grande, rio Arapiuns e região da rodovia Santarém-Curuá-Una (PA 370). Os ministros das Cidades, Jader Filho, e da Integração, Waldez Góes, estarão em Santarém no dia 7 de novembro para debater sobre os impactos da seca na região e as medidas que serão adotadas pelo governo federal.

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O governador do Amazonas, Wilson Lima, declarou que as fumaças que têm encoberto Manaus vêm do Pará. “O Estado do Pará também começa a sofrer da estiagem, uma seca histórica em que a gente tem esses problemas de desmatamento e queimadas”, declarou, em vídeo divulgado nas redes sociais.

Pelo menos 20 cidades do Pará estão em situação de emergência pela seca, reconhecidas pelo governo federal. São elas: Alenquer, Aveiro, Belterra, Curuá, Juruti, Mojuí dos Campos, Monte Alegre, Terra Santa, Óbidos, Oriximiná, Prainha, Rurópolis, Santarém, Almeirim, Faro, Jacareacanga, Pacajá, Itaituba, Porto de Moz e Bom Jesus do Tocantins.

Posicionamento

À reportagem, a Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará (Semas) informou que o Estado reduziu o desmatamento, e que em julho, agosto e setembro registrou o melhor trimestre do ano, com a queda de 56%.

A pasta disse, ainda, que o Pará enfrenta período de poucas chuvas e seca devido o El Niño. Os dados da secretaria apontam que as regiões com maiores registros de focos de calor em outubro foram Baixo Amazonas (3.157 focos) e o Sudoeste do Estado (2.992 focos).

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Impacto na saúde

A lista de problemas provocados pela inalação da fumaça das queimadas é grande. Os mais leves são dor e ardência na garganta, tosse seca, cansaço, falta de ar, dificuldade para respirar, dor de cabeça, rouquidão e lacrimejamento e vermelhidão nos olhos.

Os poluentes oriundos da fumaça, como monóxido e dióxido de carbono, quando inalados, se espalham pelo corpo por meio da corrente sanguínea, podendo causar uma série de malefícios. A longo prazo e a depender do tempo de exposição às substâncias tóxicas da fumaça, diversos órgãos podem ficar comprometidos, como os pulmões. Vasos sanguíneos e o sistema imunológico também sofrem com os efeitos da fumaça.

Edição: Marcela Leiros

Revisão: Gustavo Gilona

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